São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Começa hoje no ABCD a greve dos motoristas e cobradores

CLAUDIA VARELLA
FÁBIO ZANINI

CLAUDIA VARELLA; FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Greve, por tempo indeterminado, pode prejudicar 1 mi

Os motoristas e cobradores de ônibus do ABCD decidiram entrar em greve a partir da 0h de hoje. O número de usuários na região é de cerca de 1 milhão por dia.
Segundo Antônio Spetti, integrante da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do ABC (filiado à CUT), o movimento é por tempo indeterminado.
Ele afirmou que a paralisação foi aprovada de forma unânime pelos quase 2.000 trabalhadores presentes à assembléia da categoria, encerrada às 19h45 de ontem.
Nas 31 empresas de transporte da região, trabalham 10 mil motoristas e cobradores.
A categoria reivindica reposição salarial de 41,37%, manutenção do vale-refeição e jornada de trabalho de 40 horas semanais.
"Durante toda a semana passada, nós tentamos negociar com o sindicato patronal, mas eles se mostraram irredutíveis. A resposta veio com a mobilização da categoria e a greve", disse Spetti.
Segundo ele, a adesão à greve deve ser maciça na região. "Esperamos adesão próxima de 100%. A maior prova da conscientização da categoria está no alto quórum que essa assembléia teve", afirmou.
Hoje, uma nova assembléia na sede do sindicato, marcada para as 17h, deverá decidir pela continuidade ou não da greve.
O gerente jurídico do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do ABC (sindicato patronal), Francisco Bernardino Ferreira, 50, disse que as empresas ofereceram 12% de reposição salarial e jornada de 44 horas semanais.
O fornecimento do vale-refeição está condicionado, segundo Ferreira, à jornada de trabalho de 44 horas por semana.
A frota na região é de 1.200 ônibus. O salário-base de um motorista é de R$ 764,70, e o de um cobrador, R$ 441,43.

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