São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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BC vai tentar reduzir custo dos bancos

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central considera que há pouco espaço para a redução da taxa de juros primária, hoje de 2% ao mês. Por isso, vai buscar outros meios que levem à queda das taxas cobradas de quem toma empréstimos e financiamentos, que são muito mais altas.
A informação é do presidente do BC, Gustavo Loyola. Para ele, a melhor possibilidade, no momento, está na redução dos custos dos bancos. Ou então, em permitir que os bancos cobrem tarifas mais altas pelos serviços, de modo que possam reduzir suas margens nas taxas de empréstimo.
Loyola acha, entretanto, que não é hora de reduzir os depósitos compulsórios que os bancos deixam no BC.
A taxa de juros primária, que vem caindo sistematicamente, chegou a 2% ao mês. Entretanto, ela se aplica apenas aos títulos do BC e aos papéis negociados entre os bancos, os Certificados de Depósito Interbancário (CDIs).
Considerando uma inflação média de 1% ao mês, esse juro de 2% não parece excessivamente elevado em termos reais. E, mesmo que caia até para 1%, comenta Loyola, o efeito será pequeno sobre a outra ponta -as taxas cobradas de quem toma dinheiro.
Estas são as que mais importam para a atividade econômica. São as taxas pagas pelas empresas e pelos consumidores, que têm alcançado números absurdos. Passam de 6% ao mês para as empresas e vão acima de 10% para o consumidor final, no cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo.
Entre a taxa primária e as de empréstimo, entram basicamente os impostos, os compulsórios, a margem de risco e o lucro dos bancos.
No primeiro item, o BC já mexeu. Reduziu o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Pode fazer mais alguma coisa, mas Loyola não adiantou detalhes.
Em todo caso, é certo que o BC não gosta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em tramitação no Congresso.

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