São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996 |
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Aluguel de salas vira aplicação Sobe venda de imóveis MÁRCIA DE CHIARA
Entre outubro de 95 e março deste ano, foram colocados no mercado 14 empreendimentos comerciais na cidade, exatamente o dobro do que foi registrado em igual período do ano anterior, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). No mês passado, a Inpar, por exemplo, vendeu um prédio com 128 salas comerciais de 34 metros quadrados, na faixa de R$ 70 mil e R$ 80 mil, em apenas 15 dias. A empresa lança mais dois edifícios de pequenas salas comerciais até o final deste mês. A Sulimob é outra construtora que está comemorando o sucesso de vendas. "Em 24 horas vendemos um prédio com 160 salas comerciais de 31 metros quadrados. Ficamos surpresos", diz Alfredo Miguel Saba Júnior, diretor-superintendente. A expectativa da empresa, especializada em grandes empreendimentos comerciais e que agora atua também no segmento de pequenas salas, era vender o edifício em um prazo de 60 dias. A Sulimob até decidiu antecipar para este ano o lançamento de empreendimento comercial programado para 97. No início de agosto, a empresa lança outro prédio com 110 pequenas salas comerciais. Perfil Quem procura esses imóveis são pequenos investidores que estão insatisfeitos com a remuneração obtida no mercado financeiro. "Cerca de 65% das salas que vendemos em abril foram adquiridas por pequenos investidores. O restante (35%) foi para uso próprio", diz Gerson Luiz Bendilati, diretor de incorporações da Inpar. Antes, diz ele, a maioria das vendas eram para profissionais interessados em ter seu negócio. Além do baixo rendimento das aplicações, Hubert Gebara, diretor da Hubert Imóveis e Administração e do conselho da Federação Nacional das Administradoras de Imóveis, aponta mais dois fatores que desencadearam a corrida às compras de salas comerciais. Um deles é a desconfiança dos investidores com relação aos bancos, após as fusões ocorridas no ano passado. O outro fator é o maior controle da remessa de dólares para fora do país. Isso está fazendo com que o dinheiro, antes remetido para o exterior, seja agora aplicado na compra de imóveis para alugar. Waldemar Vianna, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca, diz que as condições facilitadas de pagamento, com prestação de 1% do valor do imóvel, é que está atraindo os pequenos investidores, que conseguem pagar a mensalidade com o aluguel do imóvel. Texto Anterior: Procuradoria quer apurar sigilo do CMN Próximo Texto: Tirar da poupança é arriscado Índice |
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