São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ministério reprova 339 livros didáticos
DANIELA FALCÃO
Os 339 reprovados ficarão de fora do catálogo e não poderão ser usados pelas escolas públicas em que a FAE é responsável pela compra e distribuição dos livros -todos os Estados brasileiros, à exceção de São Paulo e Minas Gerais. O MEC preferiu não divulgar ontem a lista dos livros que tinham problemas para evitar que a crise com as editoras se aprofunde. Ontem, duas das oito maiores editoras de livros didáticos do país -Nacional e Ibep- afirmaram que recorrerão à Justiça para que seus livros não sejam excluídos do catálogo da FAE. Outra editora grande, a Ática, não tomará medidas legais, mas poderá contestar o mérito de alguns erros apontados pela FAE. Desatualização Os critérios usados para reprovar os livros foram desatualização e consumabilidade (livros que não podem ser reaproveitados). Nas séries do primário, também foram avaliados erros conceituais e preconceito contra minorias. Dos 554 livros inscritos para uso da 1ª até a 4ª séries, 30,86% foram reprovados. Isso significa que havia erros em 171 obras. Segundo o presidente da FAE, José Luiz Portella Pereira, só livros com mais de um erro conceitual grave foram excluídos da lista. Um exemplo citado por Portella foi o livro "Eu Gosto de Ciências" (4ª série), da Nacional. O livro tinha 12 erros de conceito. Na página 78, por exemplo, há uma foto de fungos que estão identificados na legenda como "células vivas ao microscópio". Censura O ministro Paulo Renato Souza (Educação) afirmou ontem que não cederá às pressões das editoras para que o MEC permita que os livros com erros sejam corrigidos e não retirados do catálogo. "Não dá tempo para que eles façam as correções. Se quiserem, podem voltar a apresentar os livros para nossa apreciação no ano que vem. Não podemos mais esperar." A FAE comprará 110 milhões de livros para 97. O gasto previsto é de US$ 226 milhões. O catálogo da FAE serve para orientar professores das escolas públicas das regiões Sul, Norte, Centro-Oeste e parte do Sudeste (Rio de Janeiro e Espírito Santo). O catálogo para o Nordeste é preparado em separado pela FAE, mas só fica pronto em novembro. Texto Anterior: TV paga recebe crítica de cliente Próximo Texto: Editoras tentam manobra Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |