São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Camisinha de mulher chega ao mercado brasileiro no ano que vem

Preço de cada preservativo, vendido nos EUA, é de US$ 1,50

DANIELA PINHEIRO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Dentro de um ano será possível encontrar em farmácias e supermercados brasileiros o novo preservativo feminino -chamado Femidom-, substituto mais eficaz da camisinha.
A previsão foi feita ontem em Paris pela secretária-adjunta da Federação Internacional de Planejamento Familiar, Pramilla Sananayake, durante uma palestra para jornalistas de 25 países.
O preservativo -que já é vendido nos EUA e na Suíça- deve chegar à América Latina no segundo semestre de 1997.
A demora da comercialização se deve ao alto preço do produto: US$ 1,50 cada. Uma caixa com três preservativos custa cerca de US$ 2,50 no mercado brasileiro (ou US$ 0,83 cada, em média).
"Estamos negociando muito para tentar baixar esse preço. Achamos ser possível fazer isso", disse Sananayake.
Segundo ela, a procura pelo preservativo feminino cresce a cada dia. Um dos motivos é a autonomia da mulher para se proteger contra doenças.
No que se refere à camisinha, se o parceiro não concorda com o seu uso, a única arma de prevenção da mulher é se recusar a manter relações sexuais.
O Femidom é uma espécie de saquinho com um anel de borracha em cada uma das extremidades.
Com uma das mãos, a mulher o introduz na vagina -da mesma maneira como faz com um absorvente interno- deixando o maior anel do lado de fora.
O anel interno deve ser acomodado no final da vagina. De acordo com o manual de instruções, a mulher sente quando o preservativo está bem colocado.
O ato sexual se passa normalmente e o parceiro ejacula dentro do saquinho, que depois é retirado ao se puxar o anel externo.
O Femidom é fabricado com um látex mais grosso do que o usado nas camisinhas. Já vem lubrificado. Na avaliação de Senanayake, o preservativo feminino é mais seguro do que a camisinha na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
O preservativo foi testado em mais de oito países antes de ser colocado à venda. Na Tailândia, as mulheres chegaram a utilizar o mesmo preservativo mais de uma vez. "O que não é impossível, mas não é recomendável", afirmou.

A jornalista Daniela Pinheiro viajou a Paris a convite do Fundo de Populações das Nações Unidas.

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