São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Absolvido de estupro volta para casa

Filho do encanador não o reconheceu

DA FOLHA VALE

O encanador Márcio Luiz de Carvalho, 28, libertado anteontem após ter sido absolvido pelo Supremo Tribunal Federal do crime de estupro contra uma menina de 12 anos em Carmo de Minas (MG), não foi reconhecido pelo filho ao sair da prisão.
Carvalho havia dito anteontem, quando saiu da cadeia, que a primeira coisa que queria fazer após passar cinco meses na prisão era rever seu filho, Rafael, 2.
O encanador estava preso desde dezembro de 95 na cadeia de São Lourenço (MG), cumprindo pena de seis anos.
"Cheguei perto dele para dar um abraço e ele não me reconheceu. Chorou e correu para o colo da mãe. Só depois de muito tempo é que as coisas se acalmaram", disse.
Na festa preparada para o encanador pela família em São Lourenço, suas sobrinhas tiveram receio de se aproximar dele.
"Eu entendo que para eles também não foi fácil suportar tudo isso. Espero agora que tudo volte ao normal", afirmou.
O encanador foi absolvido da acusação de estupro na última terça-feira por três dos cinco juízes da 2ª Turma do STF.
Polêmica
Em uma decisão polêmica, Carvalho foi absolvido de um suposto estupro que teria cometido em 91 contra a estudante M.A.N., hoje com 16 anos.
"Quero recomeçar tudo. Esquecer o que ficou para trás. Quero arrumar um emprego e cuidar da minha família."
M.A.N., que havia afirmado em depoimento em 91 não ter sido estuprada pelo encanador, diz agora foi vítima de uma violência sexual. "Tive medo de dizer a verdade, que fui estuprada", afirmou à Folha anteontem.
O advogado do encanador, Fernando Catapano Prince Xavier, disse que vai pedir à Justiça indenização por danos morais sofridos com o caso.

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