São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Fazenda quer parcelar reajuste de tarifa

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Bolivar Moura Rocha, defendeu ontem o parcelamento dos aumentos das tarifas de ônibus. "Pode ser uma boa medida. Aliviaria o impacto sobre os passageiros e os índices de inflação."
O secretário confirmou que a Prefeitura de São Paulo entregou ao governo federal cálculos segundo os quais a passagem pode ir a R$ 0,90, se repassado integralmente reajuste salarial aos rodoviários.
Ontem, em São Paulo, o secretário municipal dos Transportes, Carlos de Souza Toledo, disse que vai esperar o pedido oficial do governo federal de escalonamento da dívida antes de se pronunciar sobre o assunto.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu reajuste de 16% aos motoristas e cobradores, além de vales-refeição, adicional noturno e horas-extras.
A passagem está hoje em R$ 0,65. A prefeitura dá subsídio de R$ 0,05, e as empresas recebem remuneração média de R$ 0,70 por passageiro.
"Os R$ 0,90 são apenas uma projeção, mas tudo poderá ser modificado se a prefeitura conseguir reverter a decisão do TRT", disse.
Bolivar disse que conversou ontem por telefone com o prefeito Paulo Maluf para "reforçar a independência dos municípios na definição dos reajustes".
"A lei que criou o Plano Real fala em reajustes somente de ano em ano, mas há dúvidas se o governo federal pode interferir na política de tarifas dos Estados e municípios", afirmou.
"O principal elemento de custo nas passagens realmente é a mão-de-obra. Mas o governo não acredita na hipótese de aumento abusivo. As prefeituras não têm motivo para fazer isso", disse.

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