São Paulo, sábado, 25 de maio de 1996
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Secretária de SP critica ministro

MALU GASPAR; LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária de Estado da Educação de São Paulo, Rose Neubauer, criticou ontem a atitude do Ministério da Educação de não divulgar a lista dos livros didáticos em que foram encontrados erros considerados graves pela MEC.
"Se esses resultados não forem divulgados, vai estar caracterizada uma atitude de irresponsabilidade", disse Neubauer.
Ela fez essa afirmação de manhã, antes de o ministro Paulo Renato afirmar no Rio de Janeiro que vai divulgar a lista na segunda-feira.
"Se o MEC disse que faria uma avaliação de livros, era previsível que as pessoas iriam querer ver os resultados. Isso dá ao professor uma insegurança muito grande", afirmou a secretária.
Rose Neubauer participou ontem de uma teleconferência sobre a escolha dos livros didáticos no Estado de São Paulo, no centro de São Paulo.
A escolha dos livros pelas 157 delegacias de ensino do Estado está em sua fase final. Até o dia 31 de maio, os professores devem escolher seus livros com base em catálogos enviados às delegacias de ensino no início deste mês.
No catálogo, que inclui 908 livros, há pelo menos um em que foram encontrados erros pela avaliação do MEC.
Como o Estado tem autonomia para escolher seus próprios livros didáticos, a lista de São Paulo foi feita antes da do Ministério da Educação.
A própria secretaria não exclui a possibilidade de que haja mais livros vetados pelo governo federal entre os que estão em avaliação pelos professores das escolas públicas de São Paulo.
"Mas a secretaria não está em condições de ficar correndo atrás de livros com erros. O MEC deveria ter sido mais cuidadoso", afirmou a secretária estadual da Educação.
Menos livros
No ano passado, foram comprados para as escolas estaduais de São Paulo 12,5 milhões de livros didáticos, que custaram cerca de R$ 54 milhões.
Neste ano, a expectativa é de que sejam comprados menos livros, porque muitos serão reciclados.
Neubauer afirmou que a secretaria vai pedir ao ministério a lista de livros com erro.
Ela disse achar difícil que um livro com erros graves chegue à sala de aula.
"A probabilidade de um livro com erro ser escolhido é ínfima. Cada professor escolhe dois livros para a sua matéria. Se o primeiro livro tiver erro, vamos escolher o outro", disse a secretária.
Para Rose Neubauer, não se deve subestimar a importância do professor em relação ao livro didático.
"Há coisas muito simples que podem ser corrigidas."
(MALU GASPAR E LÚCIA MARTINS)

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