São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996 |
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PSDB teme fortalecimento do aliado
GABRIELA WOLTHERS
Segundo a análise tucana, ao optar por seguir um caminho próprio nas eleições municipais, o PFL deixa claro que não pretende compartilhar eventuais vitórias eleitorais com o PSDB -um vai ganhar e outro, perder. O PFL estaria, com isso, apostando no seu crescimento no Sudeste do país, área na qual nunca obteve um resultado eleitoral expressivo. O partido apostaria assim no enfraquecimento do PSDB em seu principal reduto -a região em que controla três governos estaduais (São Paulo, Minas e Rio). Estratégia Para os tucanos, essa estratégia tem como objetivo final o governo federal. Caso saia vitorioso, o PFL se sentiria fortalecido para negociar com o presidente um espaço maior no governo federal. Os tucanos avaliam que a vitória do PFL nesses municípios pode não ter reflexos imediatos. Mas os prefeitos dessas capitais terão importância quando se aproximar o ano de 1998, data das eleições para governadores de Estado e presidente da República, pois estarão dirigindo os principais redutos eleitorais do país. Isso não significa, segundo os tucanos, que o PFL esteja querendo se distanciar do presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas eles estariam dispostos a deixar claro que não desejam se tornar um "partido secundário" quando o tema da sucessão estiver em pauta. Reeleição em risco Para os tucanos, a decisão do PFL de se coligar ao PPB em São Paulo já trará consequências no projeto de reeleição de Fernando Henrique Cardoso, pois o principal cacique pepebista, Paulo Maluf, é contra à aprovação da emenda constitucional. "Paulo Maluf está jogando suas fichas", disse o secretário-geral do PSDB, deputado federal Arthur Virgílio (AM). "O PFL está colocando azeitona na empada alheia", disse o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado federal Aécio Neves. "Maluf não esconde que quer disputar a eleição presidencial e o PFL está alimentando seu projeto político", completou Aécio. Para os tucanos, o distanciamento entre o PFL e o PSDB nas eleições municipais trará reflexos negativos na base governista. "Nós estarmos em lados opostos em cidades de grande expressão cria dificuldades, não há dúvidas", disse Aécio. "Não é um bom indício", avalia o deputado. Texto Anterior: Prévia do PDT em SP lota o Anhembi Próximo Texto: Prévia do PT em Diadema tem tumulto Índice |
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