São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996 |
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Recruta intoxicado por gás morre no DF
RICARDO AMORIM
As causas da morte divulgadas pelo hospital foram "complicações respiratórias provocadas por intoxicação, em consequência da inalação de gases tóxicos". O acidente ocorreu quando Roseno participava de um teste de resistência à inalação de fumaça junto com 57 colegas no último dia 9. Outros 28 recrutas também foram intoxicados. O recruta Marcos Antônio Pereira Filho, 22, permanece internado na UTI do HFA. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, ele já apresenta melhoras e deve deixar a UTI nas próximas horas, retornando à enfermaria de onde saiu na sexta-feira. Roseno foi enterrado com honras militares ontem às 17h no Cemitério Campo da Esperança. De acordo com o assessor de imprensa do Corpo de Bombeiros, José Anício Barbosa Júnior, a corporação prestou apoio à família nos procedimentos do enterro. O recruta estava no último mês de treinamento para se tornar soldado. Ele recebia cerca de R$ 600 por mês e, com a promoção, passaria a ganhar R$ 900. A formatura da turma de Roseno acontece na próxima quarta-feira, dia 29. Suspeitas Na época do acidente, parentes de vítimas, que não quiseram se identificar, afirmaram à Folha que uma das possíveis causas da intoxicação em massa teria sido os maus-tratos sofridos na corporação. Também suspeitaram de negligência no socorro às vítimas. Sindicância aberta pelo Corpo de Bombeiros, concluída na última quarta-feira, apurou indícios de crime por parte dos comandantes do acampamento onde aconteceu o treinamento. Foram recomendadas a abertura de um IPM (inquérito policial militar) e a aplicação de sanções disciplinares aos culpados. O major Josué Mendes Falcão e o capitão Wilton de Melo cumprem prisão de 15 dias desde sexta-feira. O IPM foi aberto na quinta-feira e será presidido pelo tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Jorge do Carmo Pimentel. O prazo para a conclusão das investigações é de 40 dias. A sindicância responsabilizou o major por determinar que os 57 recrutas entrassem no caminhão onde foram atiradas as bombas de gás para o teste de resistência. O capitão foi responsabilizado por não informar a seus superiores que o prazo de validade de uma das granadas estava vencido desde 1991. Texto Anterior: 70 fogem de cadeia no fim-de-semana Próximo Texto: Quadrigêmeos de proveta são recorde Índice |
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