São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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BC emite dinheiro para socorro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a absorção do Banorte pelo banco Bandeirantes, o programa oficial de socorro aos bancos já acumula gastos de R$ 11,185 bilhões desde sua criação, em novembro do ano passado.
Esse dinheiro não vem da arrecadação de impostos, pois é emitido pelo Banco Central.
Para que essa emissão de moeda não provoque inflação, o governo vende títulos públicos e retira o dinheiro de circulação, aumentando a dívida pública.
Proer
A primeira e mais cara operação do Proer (como foi batizado o programa de socorro) foi a transferência do Nacional ao Unibanco.
A transação, que custou R$ 5,898 bilhões ao Banco Central, foi realizada duas semanas após a criação do programa.
Para permitir que o Excel assumisse o Banco Econômico, foram gastos R$ 4,636 bilhões: R$ 2,950 bilhões na cobertura do rombo e R$ 1,686 bilhão para que a CEF (Caixa Econômica Federal) assumisse os financiamentos imobiliários do banco baiano.
A absorção do Banorte é, até agora, a terceira operação mais cara do Proer.
Essa operação custará, segundo o que foi anunciado, R$ 540 milhões.
O programa gastou ainda R$ 111 milhões para bancar a venda do Banco Antônio de Queiroz ao United.
O Proer foi criado por meio de uma Medida Provisória (MP) de 4 de novembro do ano passado, como um programa de estímulo oficial a fusões bancárias no país. Soluções A solução dada ao caso do Banorte repete a atitude tomada pelo governo no caso do Banco Nacional.
O Nacional sofreu intervenção do dia 18 de novembro passado, quando foi absorvido pelo Unibanco.
Naquele mês, cresciam os rumores sobre as dificuldades do banco, que provocou corrida de correntistas para saque de dinheiro.
O banco foi socorrido pelo Banco do Brasil e pela Caixa econômica Federal.
Já na segunda-feira, dia 20 de novembro, o Nacional abriu suas portas normalmente, já sob a gestão do Unibanco.

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