São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996 |
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Banorte reabre hoje sob o comando do Bandeirantes Nada muda para os clientes do banco nordestino MILTON GAMEZ
Nada muda para os correntistas e investidores do banco nordestino, já que o Bandeirantes garantirá todos os depósitos -cerca de R$ 900 milhões- e dará continuidade aos serviços com a marca Banorte, como conta corrente, cartão magnético e de crédito, seguros e leasing. "Não faremos como o Unibanco, que absorveu as operações bancárias do Nacional e acabou com a marca do banco carioca", diz Wilson Roberto Levorato, superintendente de marketing do Bandeirantes. Presença nordestina A estratégia tem por base a distribuição geográfica do ex-banco da tradicional família nordestina Amorim Baptista da Silva: 64% das 83 agências ficam no Nordeste, onde o Bandeirantes concentra apenas 13% de seus 220 maiores pontos de atendimento. O Bandeirantes tem um público alvo com renda mensal a partir de R$ 1.000,00 e dá tratamento personalizado aos correntistas com rendimentos mensais de R$ 2.000,00 a R$ 5.000,00. "As clientelas são praticamente idênticas", afirma o executivo. Ele espera manter e ampliar os depósitos dessa clientela, que elevou para 400 mil o número de pessoas atendidas pelo Bandeirantes. Corrida bancária Levorato descarta a hipótese de uma corrida bancária. A maioria dos clientes do Banorte que ficou incomodada com os rumores de sua fragilidade financeira já sacou o que podia. O banco perdeu cerca de 20% de seus depósitos junto ao público (principalmente em CDBs e fundos) em 1995, numa fuga aproximada de R$ 217 milhões. Outros R$ 118 milhões escapuliram nos últimos cinco meses, durante a negociação (abortada) de fusão com o Bandeirantes. Para fechar o caixa, o Banorte recorria à linha especial de redesconto do Banco Central, de onde sacara R$ 240 milhões até sexta-feira. Outros R$ 300 milhões serão emprestados pelo BC, o que eleva o rombo para R$ 540 milhões, buraco a ser financiado pelo Proer. O BC, segundo Levorato, surpreendeu o próprio Bandeirantes ao impor o negócio, numa repetição do que aconteceu com a compra das operações bancárias do Nacional pelo Unibanco. Texto Anterior: Procura-se o estadista Próximo Texto: BC emite dinheiro para socorro Índice |
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