São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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Bandeirantes faz sua vingança

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A compra do filé mignon do Banco Banorte (somente os créditos bons, agências e serviços) tem um sabor especial de vingança para o banqueiro Gilberto de Andrade Faria, dono do Bandeirantes.
Com o negócio, Faria ficou mais perto do clube dos 10 maiores banqueiros do país, frequentado por seu irmão mais velho Aloyzio Faria, dono do Banco Real.
O Real é o 7º maior dentre os privados, 12 posições à frente do Bandeirantes no ranking por patrimônio líquido de dezembro de 1995.
Com a aquisição parcial do Banorte, o Bandeirantes certamente subirá algumas posições nesse ranking. Estimativas iniciais indicam que o banco de Gilberto Faria deixará de representar um terço do banco de seu irmão. Com ativos de R$ 4 bilhões, seu tamanho passará para até metade do Real.
Faria versus Faria
A ascensão de Gilberto na banca nacional tem um sabor especial devido ao histórico rompimento com seu irmão Aloyzio, há 26 anos. Ambos haviam herdado do pai, Clemente Faria, o tradicional Banco da Lavoura de Minas Gerais, que chegou a ser o maior banco privado da América Latina.
Com o obscuro rompimento dos irmãos, o Banco Bandeirantes do Comércio, que havia sido comprado pelo Banco da Lavoura, ficou com Gilberto, de repente transformado num banqueiro de pequeno porte.
Diz a lenda no mercado financeiro que ele não fala até hoje com seu irmão Aloyzio. Avesso a entrevistas, Gilberto Faria não costuma falar com jornalistas, segundo sua assessoria de imprensa.
O Bandeirantes, fortalecido pelo negócio com o Banorte -que não contemplou a divisão do poder com o ex-dono do banco nordestino, Jorge Amorim Baptista da Silva- segue sua trajetória de desbravamento embutida em seu nome, uma homenagem aos bandeirantes de quase 500 anos atrás.
O banco foi fundado em 1944 em Lins, interior paulista, por um grupo de cafeicultores liderado por Érico de Abreu Sodré.

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