São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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Filmagens agradam os atores

DA REDAÇÃO

Ex-apresentador do "MTV Sports", onde praticava todos os esportes malucos que o programa enfocava, e com duas novelas no currículo, Márcio Garcia apresenta todos os domingos na Globo o programa de competição "Ponto a Ponto".

Folha - Por que você aceitou o papel do índio Peri?
Márcio Garcia - Foi a Norma Bengell que me ofereceu o papel. E eu fiquei entre a cruz e a espada. Estava escalado para fazer a "A Próxima Vítima". Seria minha segunda novela, tinha feito antes "Tropicaliente". Recusar a novela das oito é barra. Falei com o Paulo Ubiratan, ele não gostou muito. Sabe, o pessoal de TV tem alguma desconfiança em relação a cinema.
Eu fiz várias consultas com o pessoal do ramo, até o astrólogo eu consultei. A Norma me deu muita confiança e isso foi fundamental para que eu aceitasse fazer o filme.
Folha - Quais as diferenças entre fazer cinema e televisão?
Márcio - Na televisão, você tem que fazer um capítulo por dia. Cada capítulo tem 40 cenas. Pegue todas as novelas e você tem a Globo fazendo 120 cenas por dia, faça chuva ou faça sol. A prioridade é manter a produção em dia.
No cinema, a preocupação é com o produto final. As coisas podem ser adiadas se algo estiver errado. No cinema nacional, os diretores são, na maioria, os donos do filme. A disposição deles passa para toda a equipe. Ninguém fica pensando em ir embora cedo.
E eu pude trabalhar com grandes nomes. Esse filme foi um curso para mim, uma escola. Aprendi sobre luz, sobre fotografia.
Folha - O filme tem chances de fazer sucesso lá fora?
Márcio - Todas as chances. A história é boa. Não tem encheção de linguiça, tem muita ação. O filme só perde para as produções estrangeiras na dimensão das cenas, sabe? Não tem aquela tomada geral com 500, mil índios. Tem com 40 índios, que é o que deu para fazer. Fora isso, o filme não deve nada para os gringos.
Folha - Passar a maior parte do tempo de tanga nas filmagens era constrangedor?
Márcio - Não. O problema é o frio. Em Petrópolis foi barra. Punha casaco, mas na hora de gravar o frio era demais. Mas não ficava constrangido. Era tanto índio que às vezes tinha mais gente de bunda de fora do que gente vestida.
Folha - Quais são seus próximos trabalhos no cinema?
Márcio - Eu estou envolvido com a produção do filme "Behind the Wind", que deve ter o Anthony Quinn e a Meg Marsh (atriz de "Adoráveis Mulheres"). Eu sou co-produtor e faço o papel principal, como um tenente do exército americano envolvido na construção da Estrada de Ferro do Paraná. Começamos a rodar em novembro.
Ceci
Depois do grande sucesso da montagem teatral de "A Falecida", dirigida por Gabriel Villela, Tatiana Issa está todas as noites em "O Fim do Mundo" (Globo), interpretando Maria do Socorro.
Folha - Como você ganhou o papel de Ceci?
Tatiana Issa - A Norma tinha assistido "A Falecida" no Rio. Meses depois, eu estava em Paris, porque a peça foi apresentada na Áustria e outros países, e acabei encontrando com a Norma numa festa. Daí veio o convite.
Folha - Como foi a filmagem?
Tatiana - Maravilhosa. Foram 12 semanas em lugares incríveis do Brasil. Ceará, Pantanal, a Floresta da Tijuca, a Fortaleza de Santa Cruz, que é um tesouro histórico aqui no Rio... O filme tem grande chance no exterior porque mostra lugares lindos do Brasil e fala de um tema universal, que é o amor.
Folha - Você está com planos para fazer mais cinema?
Tatiana - Sim, estou apaixonada pelo cinema e quero logo repetir a dose. Há duas propostas no ar e eu devo fechar logo os contratos. Estou assinando um novo contrato com a Globo, por mais três anos. Devo ser escalada para uma das novas produções, mas quero ter tempo para fazer esses filmes.
Folha - Como está repercutindo a novela "O Fim do Mundo"?
Tatiana - Muito bem. Eu costumo dizer que a Socorro é um presente do Dias Gomes para mim. É um personagem muito rico.
Folha - Como é trabalhar numa novela de apenas 35 capítulos?
Tatiana - É uma tendência que deve agradar a todos. É bom para o público, porque não cansa o telespectador como acontece na novela de seis, sete meses. E é bom para o ator, que recebe seu personagem com início, meio e fim.

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