São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 1996
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Eros Ramazzotti reinventa o pop italiano

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O cantor Eros Ramazzotti, 32, é o mais novo fenômeno do pop italiano. Ele chega ao Brasil nesta quinta-feira para lançar seu novo disco "Dove C'è Musica" (Onde Tem Música) e fazer um show só para convidados.
Seu disco anterior (ele tem oito discos lançados) "Tutte Storie" (Todas Histórias) vendeu seis milhões de cópias, 100 mil no Brasil.
Ramazzotti é um cantor romântico, sem ser cafona. É mais moderno, faz um som jovem, tem energia. Além de amor, suas letras falam de assuntos tão distintos como solidão, em "Stella Gemella" (Estrela Gêmea), e o poder da TV, em "Buona Vita" (Boa Vida).
A música de Ramazzotti vai além da banalidade que impulsiona a maioria do pop europeu. Ao contrário, põe emoção nas letras e privilegia melodias de alma mais popular, com mais ritmo e balanço.
A melhor música do disco é sem dúvida "Lettera al Futuro", um pop mais dançante, cuja letra foi inspirada num conto de Edgar Allan Poe, "A Máscara da Morte Vermelha".
O primeiro single tirado do disco, "Pi— Bella Cosa", traz influências da soul music. A vantagem de Ramazzotti é saber misturar os sons clássicos do pop (guitarras e baixo acentuados) com tecnologia, usando samplers e bateria eletrônica.
A influência musical de Ramazzotti tem raízes na música americana. Além, do rock, pop e soul que permeiam o disco, a música country também aparece como influência, em "L'Uragano Meri" (O Furacão Meri).
"Questo Immenso Show" (Este imenso show) tem toques de rap, mas é rock'n'roll puro, daqueles feitos nos anos 60.
Guitarrista e também produtor do seu disco pela primeira vez, Ramazzotti levou para o estúdio dois músicos de respeito: Nathan East (baixista favorito de Eric Clapton) e o trompetista Jerry Hey (que toca com Quincy Jones).
A intenção de Eros Ramazzotti é, como ele mesmo diz, "fazer música sem fronteiras", tarefa que desempenha com ótimo resultado. Seu disco, com sabor de novidade, revela o frescor da música jovem.

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