São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 1996
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BC vai criar banco de dados de devedores

VIVALDO DE SOUSA; DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central está organizando um banco de dados com registro de todas as dívidas atuais das empresas, que será colocado à disposição dos bancos.
Assim, os bancos poderão saber a situação de cada empresa antes de conceder novos empréstimos. A Folha apurou que o banco de dados deve funcionar como uma central de riscos.
Ou seja: servirá para as instituições financeiras identificarem empresas que já estão com muitos empréstimos e que poderão ter eventuais dificuldades para pagar novos financiamentos.
Os dados serão divulgados por meio do Sisbacen (sistema de informática do BC). O governo prevê que o banco de dados começará a funcionar em duas ou três semanas.
As instituições financeiras terão acesso gratuito às informações, que serão renovadas periodicamente. Neste caso, quem pagar em dia o que deve terá seu nome excluído do cadastro; quem não pagar, terá o nome incluído.
Mais informações
A medida não vai reduzir o nível de inadimplência, mas permitirá aos bancos ter mais informações sobre as empresas antes que novos financiamentos sejam concedidos. Assim, o banco terá condições de avaliar melhor o risco.
O atraso no pagamento de dívidas bancárias verificadas no ano passado tornou os bancos mais seletivos na concessão de novos empréstimos.
A avaliação da equipe econômica do governo é que os juros continuam elevados porque os bancos estão com medo de emprestar. Há dinheiro no mercado, mas as instituições financeiras preferem aplicar em títulos públicos.
Por isso, não haveria necessidade de reduzir o compulsório sobre depósitos à vista -dinheiro que os bancos recolhem obrigatoriamente ao BC.
A Associação Comercial de São Paulo também estuda adotar um sistema semelhante, com informações dos empréstimos e dívidas das pessoas físicas. Isso poderia evitar que as lojas vendessem a clientes que não pagam em dia as prestações do crediário.
Nesse caso, as informações seriam incluídas no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), que hoje é usado pela maioria dos comerciantes do Estado.
(VIVALDO DE SOUSA e DENISE CHRISPIM MARIN)

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