São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 1996 |
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Mark Knopfler toca o passado em Londres
IGOR GIELOW
Isso não significou demérito para o público no Royal Albert Hall, na noite de sexta-feira passada, em Londres. As cerca de 2.000 pessoas presentes acompanharam de pé boa parte do show. O problema não é Knopfler. Guitarrista talentoso, conduz riffs e solos com a mesma desenvoltura. Sua voz está inalterada. "Golden Heart", recém-lançado trabalho de estréia na carreira solo, é um bom álbum -do Dire Straits. Repete a mesma estrutura rock-pop-folk que acompanhou o Straits até seu último disco, "On Every Street" (91), com baladinhas chorosas e pequenos contos sobre o homem médio norte-americano. Para quem está apostando em uma carreira independente, não parece muito promissor. "Cannibals", um quase-hit no Reino Unido (ou seja, toca bem nas rádios), é "Walk of Life" requentada. Até o uso de teclados é igual. "I'm the Fool", por sua vez, repete "So Far Away". Além da carência de originalidade, Knopfler parece estar sofrendo um mal inexorável para popstars que atingem a meia-idade: vontade de parecer sério. Para provar sua "maturidade", recorre ao apoio de um quarteto de cordas para dar inspiração celta às suas novas melodias. O resultado, apesar de bonito, é anticlimático. Nem precisava, uma vez que o Dire Straits nunca foi só para consumo adolescente. Suas letras e sonoridade figuram numa categoria rara, a de um rock mais adulto, mas Knopfler não parece muito convencido disso. Especula-se na imprensa uma volta do Dire Straits -o que parece desnecessário com Knopfler repetindo suas performances. E que parece ruim, uma vez que o guitarrista e cantor poderia agora dar novo formato para seu talento. Texto Anterior: Marc Ribot homenageia Monk em CD Próximo Texto: Costello faz show em clima de boate Índice |
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