São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 1996
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Serra resistiu a Kandir

Tucanos montam operação para aceitação de novo ministro

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo escolhido para o Ministério do Planejamento, Antônio Kandir, não era o nome preferido do ministro José Serra.
Uma operação foi montada durante a madrugada para convencer Serra a abrir mão da preferência por seu secretário-executivo, Andrea Calabi, para a vaga no ministério do presidente Fernando Henrique Cardoso.
O deputado Franco Montoro (PSDB-SP) foi convocado por dirigentes tucanos para dobrar Serra. Mais uma vez. Montoro já havia sido peça importante no convencimento do ministro para que aceitasse disputar a Prefeitura de São Paulo.
O principal argumento que usou para fazer o ministro abandonar o nome de Calabi foi eleitoral.
Afinidade
A eventual nomeação do secretário-executivo, mais afinado ao ministro que Kandir, poderia passar à opinião pública um sinal de dúvida nas chances de vitória na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Calabi ficaria no cargo para guardar o lugar para Serra, ponderaram vários tucanos.
Equipe
Em meio às negociações, Kandir assumiu o compromisso de não mexer na equipe montada por José Serra há 16 meses. Calabi ficará onde está, se quiser.
Além de convencer Serra, dirigentes tucanos trataram de pedir a FHC que confirmasse logo a indicação de Kandir, que já ficara exposto na véspera à indefinição.
Kandir passou o dia de ontem no Congresso à espera de um telefonema do presidente.
O chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, serviu de ponte com o presidente. Cuidará também de administrar eventuais desdobramentos da indicação na equipe de Serra. (MARTA SALOMON)

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