São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 1996
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Descontente, Clinton diz não temer Likud

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As principais potências ocidentais reagiram com ceticismo e cautela à virtual eleição de Binyamin Netanyahu. A principal reação foi do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton: "Nossa política vai permanecer a mesma. Qualquer que seja o resultado, os EUA vão manter sua política de apoiar o povo de Israel, o processo democrático e o processo de paz".
Na prática, Clinton não tem tanta isenção quanto ao resultado. Ele apoiava abertamente a manutenção de Peres no governo. Sua derrota representa também uma derrota para a política externa norte-americana, pois o processo de paz do Oriente Médio -uma das principais bandeiras de Clinton- pode ser afetado.
Clinton prometeu garantir a segurança de Israel caso o país decida "assumir riscos pela paz".
Ele disse que preferia esperar o resultado final da eleição para ver o que vai acontecer na região, mas garantiu estar otimista.
Agindo de maneira diplomática, o presidente dos EUA disse que o Likud sabe negociar. Seu argumento: em 1979, foi um membro do partido, o então premiê Menachem Begin, quem firmou o primeiro acordo de paz no Oriente Médio, com o Egito.
Europa
Mas outros países da Otan, a aliança militar comandada pelos Estados Unidos, demonstraram desconfiança. "Se Netanyahu vencer, é provável que o processo de paz se torne mais lento", disse Lamberto Dini, chanceler da Itália, país que preside a União Européia atualmente.
"O acordo de Oslo não vai ser questionado", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França. "As negociações sobre o status final dos territórios, o diálogo com Síria e Líbano, o fim do antagonismo árabe-israelense e a posição de Israel no Oriente Médio serão salvaguardados", afirmou o funcionário.
O chanceler (premiê) alemão, Helmut Kohl, que visita Lisboa, disse que não faria comentários até o resultado final.
Já a oposição social-democrata a ele viu o eventual resultado como "uma catástrofe política -para Israel, para o Oriente Médio, para todo o mundo", segundo um porta-voz.

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