São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
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Diretor-técnico pede demissão

CRISTINA RIGITANO
DA SUCURSAL DO RIO

Ontem pela manhã, o diretor-técnico do hospital, Roberto Dias, pediu demissão do cargo de médico responsável da clínica.
"Eu tinha outra avaliação dos fatos. Não conhecia outras dependências da clínica, como a cozinha. Estava fazendo um levantamento da parte médica. O problema da água só descobri a partir das informações da secretaria da Saúde", disse o médico.
Um dos sócios da clínica, Eduardo Espínola, diz que as 84 mortes nos últimos dois meses "são fatalidades". Ele diz que não sabia que várias mortes poderiam estar sendo causadas por uma bactéria.
"Temos muitos pacientes infectados por doenças que dão diarréia. Por isso, estávamos pensando que era alguma coisa normal."
Espínola não deu explicação para os três corpos encontrados na clínica. Todos estavam lá havia mais de 48 horas, e deveriam ter ido para o Instituto Médico Legal.
CPI
O deputado estadual Henry Charles (PMDB), presidente da CPI da Assembléia Legislativa do Rio que apura irregularidades em AIHs (Autorização de Internação Hospitalar), pretende pedir ao SUS (Sistema Único de Saúde) o descredenciamento da clínica caso se comprove a suspeita de fraude.
Segundo ele, a clínica emite por mês 400 AIHs, mas só tem capacidade para 300 pacientes, que ficam em média 45 dias.

Colaborou Cristina Rigitano, free-lance para a Folha

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