São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
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Gangue de meninas ataca estudantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma gangue de quatro meninas está atacando alunas do colégio Logos (Pinheiros, zona oeste), com socos, pontapés, puxões de cabelos e até pauladas.
Duas alunas -de 12 e 13 anos- foram agredidas esta semana, uma na terça-feira e outra quinta-feira, no mesmo local: em frente a uma casa abandonada no número 141 da rua Mourato Coelho, a duas quadras da escola.
As ocorrências, registradas no 14º Distrito Policial, foram muito semelhantes: ao saírem do colégio, às 18h40, as duas alunas caminhavam sozinhas pela movimentada Mourato Coelho.
Em frente à casa abandonada, foram abordadas pela gangue. "Você estuda no Logos. Lá é colégio de riquinho", disse uma das meninas, antes de agredir uma das alunas.
Nos dois casos desta semana, as mochilas das estudantes do Logos foram abertas. Foram levados os anéis das alunas e R$ 1 de uma delas -da outra, a gangue disse não querer o dinheiro do ônibus.
Na semana anterior, outras duas alunas tinham sido abordadas pela gangue, mas conseguiram fugir. Segundo a descrição das alunas agredidas, as meninas têm cerca de 13 anos e andam bem vestidas.
A direção da escola não quis comentar a ocorrência, mas disse estar tomando providências para garantir a segurança de seus alunos na saída da escola.
Febem
A estudante A.V.B, 13, que foi agredida pela gangue na quinta-feira, conta que levou uma paulada e vários tapas e pontapés.
"Essas meninas têm de ir para a Febem. Elas são muito estúpidas e grosseiras", disse.
A.V.B. atravessou a avenida Rebouças e viu as quatro meninas sentadas no chão, perto de um posto de gasolina na Mourato Coelho.
"Elas me pediram R$ 1. Segui calada. Depois elas começaram a me seguir e a mexer comigo."
Segundo A.V.B., na altura da casa abandonada da Mourato Coelho, as garotas retiraram um pedaço de madeira de um caixote na rua e a agrediram.
Pelo seu relato, um pedestre intercedeu junto às meninas da gangue. "Ele perguntou a elas por que me batiam já que eu não estava fazendo nada e disse que elas eram quatro contra uma. Elas responderam que eu era muito folgada. Mas eu nunca vi aquelas meninas."
Ela aproveitou para correr. "Entrei no carro da minha mãe, que estava estacionado um pouco à frente."
A mãe de A.V.B. diz que a filha chegou muito assustada, chorando e pedindo para irem embora logo. "Ela nunca teve uma experiência como essa e nem tinha sido assaltada", conta.
Polícia
O delegado Walter Torres de Abreu, do 14º DP, disse que a polícia fará uma investigação sobre a casa onde as meninas foram agredidas. "Vamos verificar quem é o dono para saber se a casa está abandonada", disse.
Abreu afirmou que já pediu um reforço no policiamento da área. Segundo ele, se as meninas forem pegas em flagrante, serão conduzidas à delegacia para que uma das vítimas faça o reconhecimento.
"Se o reconhecimento for positivo, nós as encaminharemos ao SOS Criança."

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