São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercado informal abriga 560 mil no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O trabalho informal é responsável pelo sustento de cerca de 560 mil pessoas no município do Rio, das quais, 444 mil são proprietários de empresas com até cinco funcionários ou trabalham por conta própria.
Esses são dados da primeira pesquisa sobre trabalho informal do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feita em outubro de 1994, quando o setor movimentou R$ 262 milhões, no Rio.
Segundo dados do IplanRio (Empresa Municipal de Informática e Planejamento), havia, à mesma época, 1,8 milhão de pessoas empregadas no mercado formal de trabalho carioca.
A pesquisa do IBGE percorreu 2.283 domicílios no município do Rio e serviu como trabalho piloto sobre o tema para futuras pesquisas, informou a coordenadora da equipe técnica, Angela Filgueiras Jorge.
O rendimento médio do trabalhador por conta própria não é alto. Mais da metade dos entrevistados recebe mensalmente menos de R$ 500, enquanto apenas 2,5% dos pesquisados conseguem rendimentos acima de R$ 5 mil por mês.
Os que conseguem maior rendimento são os que se especializam em serviços técnicos e no comércio (média de R$ 1.148). Os rendimentos mais baixos são da construção civil (R$ 450 mensais) e de reparação (encanador, pintor etc), com R$ 470, em média.
Trabalho individual
Entre os não-remunerados, 82% são mulheres e apenas 18%, homens. Segundo Angela, as mulheres trabalham sem receber com o objetivo de aumentar o rendimento familiar como um todo.
Os empregados, na maioria (71%), trabalham sem carteira assinada. Empregadas domésticas não fizeram parte da pesquisa. Das empresas, 22% têm algum tipo de licença da prefeitura (como vendedores ambulantes e motoristas de táxi).
Ainda entre os empregados, mais de 70% estão trabalhando no mesmo local há mais de cinco anos. Na maioria dos casos, a amizade ou conhecimento de vizinhança são as principais razões para terem conseguido os empregos.
Motivos
Os principais motivos para a opção por um negócio informal são o fato de não haver patrão (25%), e o desejo de complementar o rendimento familiar (21%).
No caso das mulheres, a complementação da renda e o fato de ter um horário mais flexível são as razões determinantes.

Texto Anterior: Inflação bate a poupança pela segunda vez no Real
Próximo Texto: Galbraith rema contra maré liberal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.