São Paulo, sábado, 1 de junho de 1996
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REPERCUSSÃO

Jorge Salomão, escritor - "Acordei numa alegria, senti uma luz no ar. Será que foi ele? Leary quebrou com o conhecimento careta, sua experimentação era doida e maravilhosa. Ele tinha um jeito luminoso de espalhar as idéias, menos acadêmico, mas igualmente intelectual. Era um camelô de idéias"

David Smith, médico e dono da clínica Height/Ashbury Free, de San Francisco, especializada em tratamento de drogados, onde já estiveram os Beatles - "Leary fez uma série de palestras aqui em 67. Embora eu não gostasse de sua posição em favor das drogas, ele nos ajudou com essas palestras e doando sua escova de dentes para que a leiloássemos. Infelizmente, só arrecadamos 25 dólares"

Ezequiel Neves, produtor - "Dois ácidos para mim foram melhores que 2.000 Freuds. Foi Leary que propagou isso. Como vou sentir saudade!"

Jorge Mautner, músico - "Ele foi muito importante. Basta lembrar o início do trabalho dele, financiado pelo Estado. Depois, passou a ser oposição. Mas é um exemplo importante na questão das drogas, sejam elas nefastas ou não. Ele encarnou a própria contracultura."

Kim Esteve, artista e colecionador - "Ele foi o grande herói da contracultura dos anos 60. Nixon considerava ele a pessoa mais perigosa dos EUA. Para nós, ele foi um grande guru."

Waly Salomão, escritor - "Timothy Leary foi perseguido pelo governo americano e não obteve refúgio em país algum. Para mim, ele é um quadro na parede da memória, não tenho grandes lembranças nem grandes influências. O que ficou dele foi a vontade de uma morte pós-moderna. Descanse em paz."

Brendan Maher, professor de psicologia de Harvard que trabalhou com Leary durante sua estada na universidade, entre 1960 e 1963 - "Ele era extremamente narcisista e parecia não ter a menor preocupação com as consequências de suas experiências, enquanto estava na universidade."

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