São Paulo, domingo, 2 de junho de 1996
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TRECHOS

Doze anos e US$ 35 bilhões após ter começado a guerra contra a Aids em nome da hipótese de que o HIV provoca a doença, os EUA não têm vacina nem remédio contra ela, perderam mais de 300 mil vidas e ainda não conseguiram salvar sequer um paciente. Este é o triste testemunho da inabilidade das comunidades científica e médica de cuidar apropriadamente da Aids.
Numa situação dessas, o método científico pede que se proponham hipóteses novas, alternativas, para competirem com a improdutiva hipótese do HIV como causador da Aids.
(Minha) hipótese é uma síntese e uma extensão das hipóteses pré-1984 do próprio Centro de Controle de Doenças, e se baseia nas estatísticas que mostram como a maioria absoluta dos doentes de Aids tem um passado de consumo de drogas (anfetaminas, cocaína, LSD).
Distintas doenças relacionadas à Aids ocorrem em distintos grupos de risco porque eles usam drogas distintas. Por exemplo, usuários de drogas intravenosas têm mais chances de desenvolver tuberculose, usuários de nitrito têm o sarcoma de Kaposi e usuários de AZT ficam anêmicos.
A toxicidade das drogas, a extensão do hábito do consumo e suscetibilidades individuais para doenças determinam quando a Aids ocorre, independente de quando a infecção por HIV acontece.
Essa hipótese é testável e poderia prevenir e até curar a Aids por uma fração dos US$ 7,5 bilhões anuais atualmente investidos pelo governo federal na improdutiva hipótese do HIV. À luz da hipótese da droga, o HIV é um vírus passageiro e inofensivo e a Aids, uma doença que pode ser inteiramente prevenida e em parte curável.
Em outros países, as causas da Aids variam, podendo ser má nutrição, infecções por parasitas ou más condições sanitárias. Mas nos EUA e na Europa, onde estudos mostram que 96% dos homossexuais com Aids usaram nitrito, 70% usaram anfetaminas e 60% usaram cocaína ou LSD, a hipótese da droga como causa da Aids poderia ser verificada.
Não seria prudente desviar alguns milhões dos US$ 7,5 bilhões anuais para testar ao menos uma hipótese alternativa?

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