São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996 |
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O fim do mundo
NELSON DE SÁ
Enéas é um comediante de talento, também ele. Na campanha que elegeu FHC, perdeu um pouco da graça, com a revelação dos dotes também para o fascismo. Mas foi o velho e engraçado Enéas que reapareceu, em cadeia de TV. Na sequência de uma chamada da Globo, para o "capítulo inédito do Fim do Mundo", surgiu a silhueta tão conhecida, com um mapa do Brasil e a 5ª Sinfonia de Beethoven gritando ao fundo. Algumas passagens: - Com as indústrias quebrando, o desemprego aumentando, mais crianças nas ruas!, os pobres morrendo de fome!, o governo está conduzindo o nosso povo, qual manada de búfalos, para o precipício e a escravidão! - Eu tenho coragem de enfrentar o poder constituído, esse monstro que é servo do sistema financeiro internacional e que está entregando todo o nosso patrimônio para os donos do mundo! - ... a coragem de enfrentar esse gigantesco "octopus" cujos tentáculos está sugando todas as riquezas de nossa pátria! Meu nome é Enéas! Que Max Nunes que nada. Enéas é o melhor texto da comédia nacional. A bonita Márcia Primeiro Leonardo Pareja, agora "a bonita Márcia e seu namorado". No Fantástico, com os dois jovens "de classe média que sequestraram uma menina de 14 anos", prosseguiu ontem a paixão nacional pela marginalidade. Mas, bem entendido, desde que seja de brancos e de classe média. Na bala O PSDB é outro, no Nordeste. De um registro da CBN, sobre a convenção tucana em Teresina, no Piauí: - O vereador pode não ter o nome homologado. E já disse: vai resolver na bala. Texto Anterior: Deputados zelam por 'distritos informais' Próximo Texto: Para PFL, FHC federaliza disputa em SP Índice |
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