São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Estudo acha agrotóxicos no leite de 42 mães
LUIZ MALAVOLTA
Segundo o médico toxicologista Igor Vassilieff, 54, diretor do Centro de Assistência Toxicológica da Unesp, foram pesquisadas 26 mães da zona urbana e 16 da zona rural de Botucatu (interior de SP). Os pesquisadores estudaram amostras de leite materno das 42 mães. Em cada amostra, foi constatada uma concentração de 1% a 1,5% de agrotóxicos. "O espantoso é que os maiores níveis de resíduos de agrotóxico no leite materno foram encontrados justamente nas mães pesquisadas na zona urbana", disse. Segundo o toxicologista, as mulheres pesquisadas na zona urbana afirmaram ter hábito de consumir diariamente algum tipo de verdura, legume ou fruta. As da zona rural disseram não ter hábito de consumir hortifrutis diariamente. O pesquisador afirmou que uma análise laboratorial -principalmente de tomate, abobrinha e cenoura- constatou a presença de resíduos de agrotóxico nesses alimentos. Vassilieff disse que, ao consumirem leite materno com resíduos de agrotóxicos, os bebês também acabam se contaminando. Segundo ele, a longo prazo, as pessoas expostas a essas condições estão sujeitas a sofrer intoxicação crônica, cujos sintomas são dores de cabeça frequentes e tremedeiras. Em estágio mais avançado, a doença pode causar câncer de fígado e edema cerebral. A intoxicação se torna crônica porque os agrotóxicos se acumulam no organismo, afirmou o pesquisador. Texto Anterior: Mato Grosso criará reserva extrativista Próximo Texto: Operação inverno 96 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |