São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Privatização do Anhembi beneficia a população

MIGUEL COLASUONNO

O poder público tem de ser cada vez menor para ficar mais ágil e menos oneroso para os contribuintes.
Essa verdade não é só para o Brasil. O mundo inteiro está sendo sacudido por uma onda de privatizações, com o objetivo de atribuir ao poder público apenas as atividades de interesse direto da população.
Dessa forma, o Estado reduz seu crônico déficit orçamentário, porque não precisa cobrir os prejuízos das empresas estatais, destinando tais recursos financeiros à área social, conforme estabelece o recente projeto do prefeito Paulo Maluf, em tramitação na Câmara Municipal, visando à privatização do gerenciamento da Anhembi S/A.
Como sou "privativista" convicto, me sinto como peixe dentro d'água, ao defender este projeto de iniciativa do Executivo.
Portanto, não estou apenas cumprindo minha obrigação como líder do governo na Câmara Municipal. É uma questão de convicção, de defesa de princípios.
Com a privatização, a empresa Anhembi, além de dispensar o aporte de novos recursos públicos para cobrir seus prejuízos, ainda vai gerar receita não-orçamentária para o Tesouro Municipal, decorrente do arrendamento à iniciativa privada.
Gastando menos e arrecadando mais, a prefeitura poderá atender melhor as atividades sociais, utilizadas principalmente pelas camadas mais carentes da população.
E outra vantagem adicional: o patrimônio todo, ao final do contrato de arrendamento, reverte ao poder público, acrescido de todas as benfeitorias que, contratualmente, a empresa arrendatária terá que executar.
Outro benefício direto à população é que a transferência da exploração do Parque Anhembi para a iniciativa privada (pela sua competência, dinamismo e racionalidade) vai criar mais empregos no setor de serviços, o que faz parte da política de geração de empregos do governo Paulo Maluf.
A iniciativa privada certamente só aceitará eventos de alta rentabilidade, como a Feira de Utilidades Domésticas.
Esse evento amplia a ocupação hoteleira em São Paulo de 55% para 95%, com repercussões positivas nas locadoras de carros, organizadores de eventos, operadores de viagem, donos de restaurantes e teatros etc.
Enfim, milhares de novos empregos e garantia de manutenção de outros milhares de empregos. Portanto, com a privatização, o meio empresarial será beneficiado porque, evidentemente, as atividades econômicas na capital serão expressivamente incrementadas.
Essa fórmula de privatização pode ser resumida na expressão "patrimônio público, com gestão privada". É uma parceria em que todas as partes envolvidas saem lucrando: a população, a prefeitura e a empresa arrendatária.
Resta, agora, que o Legislativo de São Paulo compreenda e assimile devidamente as vantagens para a população contidas nessa tarefa de desestatização do Parque Anhembi. Vantagens que precisam ser colocadas acima de interesses políticos, partidários e ideológicos.

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