São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Exilados têm seu governo

PEDRO NABUCO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Antes da invasão chinesa de 1950, o Tibete vivia uma teocracia em que o poder político e a sociedade convergiam nos 6.000 mosteiros, conventos e templos.
O relativo isolamento suprimiu as relações exteriores. Esse foi um argumento jurídico dos chineses ao reivindicar soberania sobre o Tibete. Entre os tibetanos não havia, por exemplo, advogados.
Como reação a essa política, os tibetanos construíram um governo no exílio. Em abril, elegeram a 12ª Assembléia de Deputados do Povo. Consiste em 46 membros eleitos pela comunidade no exílio. O órgão nomeia os membros do conselho do Dalai Lama (Kashag).
O governo tem vários departamentos (religião e cultura, finanças, educação, saúde etc.) e comissões -até uma Corte Suprema.
O Dalai Lama é considerado o "bodhisathva" (ser a caminho da iluminação) da compaixão. Ele pretende separar as funções religiosas e políticas. Seus sucessores não exerceriam funções políticas.
Ele se dedicaria a ser monge em caso de libertação da China. O desaparecimento do Panchen Lama põe em dúvida a sua sucessão. (PN)

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