São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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VALDO CRUZ

Brasília - Vítima das obras inacabadas, o ministro Gustavo Krause (Meio Ambiente) avisa: não vai liberar dinheiro previsto no orçamento caso ele não seja suficiente para viabilizar a obra beneficiada.
Em outras palavras: vai segurar verbas das famosas emendas eleitoreiras. É comum os parlamentares aprovarem verbas de R$ 100 mil para obras que precisam de pelos menos R$ 3 milhões, como mostraram ontem os repórteres Lucio Vaz e Olimpio Cruz Neto.
Uma prática que deveria ter acabado há muito tempo e que serve apenas para enganar os eleitores e desperdiçar recurso público.
Krause fala com a experiência de quem assumiu um ministério com centenas de obras paralisadas.
O exemplo deveria ser seguido por todo o governo, mas pode significar perda de voto no Congresso.
Como os tucanos sonham com a aprovação das reformas constitucionais, o país deve continuar convivendo com obras inacabadas.
Os tucanos estão espalhando a seguinte história: o PFL se aliou ao PPB de Paulo Maluf em São Paulo de olho na sucessão presidencial.
Os pefelistas poderiam abandonar o PSDB em 1998 e ajudar Maluf a concretizar o seu sonho de se tornar presidente.
A cúpula do PFL ri da versão dos tucanos. Garante que, com reeleição, marcha junto com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Sem reeleição, realmente abandonam os tucanos, mesmo que José Serra vença na capital paulista e faça um governo que o credencie a ser o candidato tucano.
Mas nada de apoiar o atual prefeito de São Paulo a chegar à Presidência.
Aí, o PFL lançaria candidato próprio. O nome mais forte é o do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães.
Numa coisa, porém, os tucanos estão certos. Os pefelistas estão cada dia menos empolgados com a reeleição de FHC. Sonham em sair do papel de coadjuvantes. São Paulo pode ser apenas o começo.

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