São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996
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Mundo selvagem encobre luxo civilizado

ROGÉRIO C. DE CERQUEIRA LEITE

na África do Sul
Na África do Sul é possível combinar a emoção ímpar dos safáris em reservas do Estado ou privadas com o fausto de estâncias luxuosas, panoramas espetaculares da costa íngreme, praias esplêndidas, o exótico de costumes tribais e hotéis deslumbrantes.
Se você é um turista ganancioso, que não quer perder nada, então siga o roteiro seguinte.
Comece pela deliciosa Cidade do Cabo. Ela é, como Paris, ou Nova York, ou Rio de Janeiro, uma dessas cidades com vida e personalidade próprias. Com um encanto mágico, onde tudo parece brilhar com uma luz peculiar.
Procure ficar em um hotel perto do cais do porto (Waterfront). É lá que está, de alguma maneira, escondido em algum lugar, esse misterioso fulcro de luz.
A cidade também oferece muitos passeios nas vizinhanças, mas, se tiver pouco tempo, concentre-se no perímetro urbano.
Se tiver tempo, a região do Vinho, anexa à Cidade do Cabo, oferece a beleza de suas terras onduladas, suas cidades coloniais, lindos hotéis-fazenda para um repouso preliminar e excelente comida.
Em seguida, a rota jardim (Garden Route) o deslumbrará com seus rochedos, promontórios e vegetação exuberante. Não deixa nada a desejar frente à costa Amalfitana, ou à Côte d'Azur. Há muitas escolhas, mas talvez Plattemberg seja a mais simples.
Cultura hindu
Durban é a segunda metrópole a ser visitada. É lá que se concentra a população de origem hindu.
Um dos pontos de maior interesse é o mercado. Mas cuidado. Ofereça sistematicamente um quarto do preço que pedirem, o qual já estará abaixo do marcado.
E não se deixe impressionar pelas mil histórias que os vendedores vão contar.
Não compre marfim, a não ser que você possa provar que tem 50 anos. E lembre-se sempre: antiguidades não dão direito a reembolso de impostos.
De Durban, o melhor é atravessar a Zululândia, onde, com um pouco de sorte, você poderá ver danças e cerimônias zulus.
Natureza
No fim, encontra-se já quase que imediatamente uma das entradas para o Parque Kruger, em torno do qual se encontram as principais reservas privadas.
Há uma infinidade delas na área, mas as mais conhecidas são Londolozzi, Mala-Mala e Sabi-Sabi. Todavia, há muitas outras de igual qualidade.
O alojamento é geralmente em chalés, a comida é muito parecida com a nossa, feijão, arroz, carne e acompanhamento. Há também uma espécie de polenta. Afinal, é a nossa origem.
A maior parte dos nativos são shancas, inimigos históricos dos zulus. Há duas saídas por dia, uma de madrugada e outra ao anoitecer. Dois -no máximo três- dias é a estada ideal.
E já que você está no Transvaal, não deixe de ir às cataratas Vitória, no vizinho Zimbábue. De lá, é um pulo até Chobe, em Botsuana, onde as maiores manadas de elefantes são observadas.
Não é infrequente o turista se deparar com uma centena de elefantes. A reserva estatal de Chobe é muito bem administrada e merece pelo menos dois dias de visita.
Para safáris sobre o rio Chobe prefira os barcos menores, mais ágeis. E não se esqueça que, apesar de sua aparência bonacheirona, é o hipopótamo o animal responsável pelo maior número de mortes de bípedes humanos na África. Mas não tenha medo, os guias de Chobe são excelentes.
Descanso
Bem, agora você estará pronto para voltar, passando por Johannesburgo. Se tudo isso foi muito pesado, talvez um descanso a meio caminho seja desejável.
Entre a Zululândia e o Parque Kruger há, na montanha, em clima agradável, belíssimas estâncias, onde a comida e o serviço são excelentes.

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