São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 1996 |
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Hotel seis estrelas tem até terremoto de mentira
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE na África do SulA África do Sul é um país de grandes criadores de impérios, como, por exemplo, Paul Kruger e Cecil Rhodes. Mas o mais recente é o império financeiro de um homem singular. Filho de donos de uma pensão, conseguiu um empréstimo pra construir o primeiro hotel em sua cidade, Dumbar, quando ainda era adolescente. Em seguida, consegue de um rei local, de Bophutatswana, concessão para montar cassinos sem pagar impostos. E nesse local, no meio do nada, monta uma cidade de hotéis, cassinos e diversões para onde toda a elite econômica da África acorre, com a finalidade de escapar aos rigores de uma disciplina religiosa e cultural. Suas empresas se espalham pelo resto do mundo. Mamata maior só a das empreiteiras simbiotizadas com o governo militar do Brasil. Cidade de Sol Coroando essa extravagância, a chamada Sun City, porque o seu fundador se chama Solomon, e Sol é diminutivo de Solomon, que em espanhol significa "sun", foi erigido esse que se intitula o único hotel seis estrelas do mundo. Se o número de estrelas representa ostentação, então merece. Luxo, poderiam dizer os mais benevolentes. Terremoto virtual Sua arquitetura é inspirada em uma lenda africana a respeito de uma cidade perdida, destruída pela natureza. E, por isso, tem até um simulacro de um terremoto. Uma imensa pista de água salgada com ondas calculadas eletronicamente, e aquecida ainda por cima, é única no mundo. Enfim, se nos Estados Unidos você se impressiona com a grandiloquência de Las Vegas, com o feérico da Disneylândia e com o gongórico do hotel Fontainebleau de Miami Beach, então não perca. Fica apenas a um pulo de Johannesburgo. (RCCL) Texto Anterior: Mundo selvagem encobre luxo civilizado Próximo Texto: Violência deixa 114 mortos em 11 dias numa Província Índice |
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