São Paulo, terça-feira, 4 de junho de 1996
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CRONOLOGIA

30.mai - Diretoria da clínica Santa Genoveva admite a morte de 13 pacientes e afirma que o número de infectados pela bactéria shigella chega a 60. Secretaria Estadual de Saúde determina a apresentação dos prontuários dos pacientes infectados, mas a direção só mostra 27. O coordenador de fiscalização da secretaria, Mauro dos Santos, intima a clínica tomar medidas em 24 horas, como como limpar reservatório de água, comprar alimentos em empresas especializadas e água mineral. A cozinha é interditada e a clínica, multada em R$ 1.000. A fiscalização também acusa a diretoria de não ter informado as autoridades da existência do surto. A delegada Sônia Belo, da 7ª DP (Santa Teresa), abre inquérito para apurar as mortes.

31.mai - O promotor do Ministério Público, Marcos Ramaiana, visita a clínica e diz ter constatado indícios de maus-tratos aos pacientes. O promotor e a delegada Sônia Bello arrolam testemunhas e intimam três pacientes e duas enfermeiras a prestarem depoimento. O coordenador de epidemiologia da Secretaria Estadual da Saúde, Mauro Modesto de Brito, recolhe os prontuários médicos dos 52 pacientes mortos em maio. Clínica fica sob intervenção sanitária. Os fiscais da Secretaria da Saúde, que acharam 22 irregularidades no local, são ouvidas na delegacia. Cinco pacientes são transferidos para o hospital Souza Aguiar, e um deles vai para casa. A nutricionista da clínica, Adriana Massad, diz à delegada Sônia Belo que a dieta dos pacientes está longe de ser ideal.

01.jun - O ministro da Saúde Adib Jatene visita a clínica e determina que a Secretaria de Saúde faça levantamento de outras instituições que tenham leitos disponíveis para receber os pacientes.

02.jun - Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae) começa a desinfetar as quatro caixas de água da clínica. O vice-governador Luís Paulo Corrêa da Rocha visita o local com o secretário da Saúde, Antonio Luis Medina. Os proprietários da clínica, Eduardo Quadros Espíndola e Mansur José Mansur, afirmam não ter qualquer responsabilidade sobre as mortes. Jatene diz que vai esperar o resultado da auditoria sobre os procedimentos médicos e os exames da água usada na clínica e das fezes dos pacientes para depois pensar em punições. No fim-de-semana, mais quatro pacientes morreram.

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