São Paulo, sexta-feira, 7 de junho de 1996
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Marubos têm pior expectativa

DA AGÊNCIA FOLHA EM MANAUS

Os índios marubos, do Vale do Javari, no Amazonas, nascem sem ter certeza de que chegarão à maioridade branca. A expectativa de vida deles é de 21 anos, a pior catalogada pelo estudo do médico Rômulo César Sabóia Moura.
A marubo é uma etnia que tem enfrentado surtos de malária e de hepatite B, doenças que só são curadas com tratamento clínico. As doenças foram levadas às aldeias por madeireiros que invadem a área.
O isolamento e falta de ações públicas de saúde são as principais causas que levam os índios da Amazônia a ter os piores índices de expectativa de vida, segundo o relatório.
Moura revela que os ianomâmis, os ticunas, os guajajaras, todos da Amazônia, são povos com estimativa de vida que não supera os 36 anos. Em todos esses povos, ainda prevalece a "raça pura" e o sistema social produtivo e cultural indígena.
Os ticunas, por exemplo, que formam o mais populoso grupo indígena do Brasil, com cerca de 26 mil pessoas, estão sem assistência médica. O relatório mostra que das 40 mortes catalogadas entre eles, 43% foram registradas sem que tivessem atendimento médico.
Eles vivem em comunidades dispersas por áreas das margens de afluentes e lagos do alto Solimões, no Amazonas. Vinte e dois por cento das mortes registradas pela Funai entre os ticunas foram provocadas pelos próprios índios, que se suicidaram.

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