São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Bom humor era marca de compositor

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo o cineasta Ricardo Van Steen, o cantor e compositor Noel Rosa colecionava histórias engraçadas que vivia.
Uma delas, que está na biografia de Noel, segundo Van Steen, é sobre sua doença.
Quando descobriu que estava com tuberculose, o médico determinou que Noel permanecesse em repouso em um lugar tranquilo.
Assim ele acabou na casa de uma tia em Belo Horizonte. A intenção era que ele ficasse em casa e dormisse para se recompor.
Para isso, a tia até tirava as lâmpadas dos soquetes, impedindo que ele virasse as madrugadas compondo suas músicas.
A primeira providência do compositor foi checar a altura da janela do seu quarto em relação ao quintal. Com um andar e meio acima do chão, ele logo descartou a idéia de pular para suas escapulidas noturnas, mas observou que no terreno vizinho havia uma mula.
Noel adestrou a mula jogando-lhe pedaços de cenoura até que, uma noite, já pronto e vestindo terno, e com as iscas de cenoura em punho, atraiu o animal até bem próximo à sua janela e, finalmente, conseguiu a sonhada liberdade.
Em uma outra história, um policial o encontrou dormindo embaixo do viaduto depois de uma "virada" noturna. Pensando se tratar de mais um bêbado vadio, ordena-lhe que apresente a identidade.
Noel, muito pouco sóbrio, tira do bolso em vez do documento, um samba, que o policial identifica como sendo "música do Noel".
"Meu", respondeu ele. "Você é Noel? Eu sou um músico", diz o policial, tirando uma flauta do bolso. E saíram os dois cantando e tocando samba.

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