São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996 |
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'Quando escurece não vejo nada'
AURELIANO BIANCARELLI
Nena Laurinda, 66, foi vendedora e hoje vive só. Maria de Lourdes, 55, foi diretora de escola. São mulheres que tocam suas casas e têm vida independente. Todas se queixam da cidade. São Paulo maltrata seus idosos, afirmam. Com os degraus altos, parando longe das calçadas, conduzido aos trancos e barrancos, os ônibus são o terror dos idosos. "Os motoristas falam palavrões quando têm de esperar um pouquinho", diz Nena. "Quando escurece, não vejo a placa dos ônibus", diz Olinda. Maria de Lourdes mostra os entulhos, placas e buracos, "verdadeiras armadilhas na calçada". "É a única cidade onde as ruas estão em melhor estado que as calçadas." A arquiteta Silvana Serafino Cambiaghi diz que a "cidade é um obstáculo permanente para os idosos". Silvana trabalha para o CVI, Centro de Vida Independente de São Paulo para deficientes. "Defendemos uma arquitetura voltada para todos, independentemente de idade e condições físicas", afirma. As calçadas não devem ter obstáculos, as escadas precisam de corrimão e os pisos escorregadios devem ser proibidos. Texto Anterior: Aposentada elogia Copacabana Próximo Texto: Saúde ignora idosos, afirmam médicos Índice |
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