São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996 |
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Governo quer trocar cesta por serviços
ELZA PIRES DE CAMPOS
A nova forma de distribuição das cestas será implantada, inicialmente, em 50 municípios a partir de julho. As cestas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entregues a cada 40 dias, têm 10 kg de arroz, 5 kg de feijão, 5 kg de farinha e 5 kg de fubá. "Estamos há algum tempo pensando em parar a distribuição pura e simples, a fundo perdido", disse Flávio Valente, representante do Fórum da Ação da Cidadania no Programa Comunidade Solidária. Segundo Valente, há um consenso entre os conselheiros do programa e representantes do Comunidade Solidária sobre a importância de se estabelecer uma troca dos produtos por serviços prestados. A mudança é uma resposta à crítica feita ao programa, inclusive pelo conselho consultivo do Comunidade Solidária, de que a distribuição de cestas é paternalista. O Prodea (Programa de Distribuição de Alimentos) beneficiou 525 municípios em 95. Neste ano, deve atingir 1.094 cidades. Em 95, o programa recebeu 24 denúncias de irregularidades. Desse total, 18 ocorreram na Bahia, sendo 10 consideradas procedentes. O maior problema é o uso político das cestas pelos municípios. Exemplo de Trajano "Procuramos evitar a palavra troca", diz Aurino Valois Júnior, coordenador do programa na Conab. Ele cita a experiência feita em Trajano de Moraes (RJ) como exemplo de mobilização da comunidade na distribuição das cestas. A prefeitura aproveitou o momento para realizar mutirões com advogados, médicos e dentistas que atenderam a população. É esse tipo de ação que o governo quer implantar. Além da distribuição de alimentos, haveria atendimento na área de saúde e educação. A população mais pobre ajudaria em mutirões de plantação de árvores, limpeza de ruas, construção de escolas e outras atividades. As cidades beneficiadas precisam formar um conselho que cadastra a população mais pobre e organiza a distribuição das cestas. Texto Anterior: Bogotá trata a violência como 'questão cultural' Próximo Texto: Estado devedor pode ter verba Índice |
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