São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Os horizontes da Volks

HELCIO EMERICH

Semanas atrás, o presidente mundial da Volkswagen, Ferdinand Piech, fez uma palestra na sede da empresa, em Wolfsburg, na Alemanha, dirigida a um seleto grupo de grandes investidores internacionais.
Começando por detalhar o processo de transformações estratégicas que está em curso no grupo e que tem como filosofia "valorizar mais as metas de qualidade, produtividade e lucratividade do que os objetivos de volume e de participação de mercado", Piech reiterou uma afirmação que interessa de perto aos brasileiros: a América do Sul é considerada pelo grupo Volkswagen o mercado de maior potencial de expansão nos próximos anos, ao lado de alguns países da Ásia e do Leste Europeu.
A expectativa de crescimento das vendas no mercado automobilístico sul-americano para este ano é de 24,5%, inferior apenas ao da Europa do Leste (35%). De 1994 para 1995, as vendas de veículos na América do Sul e na África cresceram 25,3%.
O conglomerado Volkswagen, que além da própria montadora alemã é integrado pela Audi (Alemanha), Seat (Espanha) e Skoda (República Tcheca), está no firme propósito de fortalecer cada vez mais suas posições nos chamados países emergentes como Brasil, Argentina, China (é líder de mercado nos três) e no Leste Europeu.
Seu principal campo de operações -o supercompetitivo mercado da Europa Ocidental- apresenta crescimento anual pequeno (previsão de 3% em 96 sobre 95) se comparado à taxa de 24,5% estimada para a América do Sul.
Talvez nem todos saibam, mas a Volkswagen lidera o mercado europeu há mais de dez anos. No ano passado, sua participação nas vendas totais de veículos no continente foi de 16,8%, contra 13,1% da GM, 12,0% do grupo francês Peugeot-Talbot-Citro‰n, 11,9% da Ford, 11,1% da Fiat e 10,6% das marcas japonesas.
E mais: a marca alemã foi a que mais cresceu em 95. O acréscimo sobre 94 foi só de 1% -o que parece pouco-, mas a Fiat não passou de aumento de 0,3% e a Ford ficou em 0,1%. Os demais grupos ou repetiram o desempenho de 94 ou perderam participação.
A palestra do presidente mundial da Volkswagen (neto do legendário Ferdinand Porsche) significa boas novas para o Brasil. Aqui está o maior negócio da organização fora da Alemanha e aqui serão feitos os maiores investimentos do grupo nos próximos anos. Para os alemães da Volkswagen não há dúvidas: o Brasil é um país sério.
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