São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Bah, tchê!

JUCA KFOURI

O choro gremista é justo. Mas é, ao mesmo tempo, destemperado e perdeu a razão quando degenerou nas cenas selvagens que foram vistas no Olímpico.
O Grêmio ficou fora da Copa do Brasil por causa de dois erros de arbitragem. Um pênalti em Aílton não marcado em São Paulo e o gol anulado de Jardel em Porto Alegre.
É claro que os gaúchos poderiam ter perdido o pênalti do primeiro jogo e, a exemplo do que aconteceu contra o Ajax na decisão mundial, sido derrotados pelo Palmeiras nas cobranças para o desempate.
E erros de arbitragem, afinal, fazem parte do jogo, são como bolas que vão às traves em vez de entrar no gol.
Houvesse má intenção, e o árbitro não teria dado os descontos, corretos, por sinal, que deu em Porto Alegre.
De tudo o que se viu e ouviu na sexta, fica uma certeza que serve como consolo aos gremistas: se o time mostrar a disposição que usou para atropelar o Palmeiras contra o América, em Cali, mais uma vez o futebol brasileiro estará nas finais da Libertadores.
Agora, desqualificar o time do Palmeiras vai além de simples bobagem, simplesmente beira o ridículo.
*
Em tempo: até que ponto o prematuro desmanche do esquadrão alviverde, ou a especulação em torno disso, influenciou na pálida atuação contra o Grêmio? Cadê o profissionalismo parmalatiano?
O Cruzeiro vem inteiro por aí.
*
Acabou o Paulista. Com ele, praticamente acabou, também, a esmagadora maioria dos clubes do interior.
Cadê a tal administração de Primeiro Mundo dessa desmoralizada, e ironicamente milionária, FPF? Os estaduais já morreram faz tempo. Falta quem tenha coragem de enterrá-los, papel reservado aos clubes grandes do país.
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Declaração de João Havelange ao jornal londrino "The Times" antes da reunião da Fifa que decidiu realizar a Copa de 2002 no Japão e na Coréia do Sul: "A Copa só será disputada em dois países se passarem por cima do meu cadáver".
Passaram.
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Tirante os maravilhosos gramados ingleses, a Eurocopa mostrou pouco na primeira rodada, embora Portugal tenha impressionado. E pelo que bateram nos tchecos, os alemães parecem dispostos a voltar a erguer uma taça, coisa que não fazem há seis anos.

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