São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Pagode radiofônico perde para raiz

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

"Casa de Samba" prova, mesmo sem querer, que pagode radiofônico não tem cacife para enfrentar as vertentes de raiz do samba.
Composições de nomes como Cartola, Lupicinio, Adoniran, Candeia e Ivone Lara revelam seu poder de fogo mesmo em interpretações de artistas medianos, como muitos dos incluídos no projeto.
A emoção que as canções escolhidas por Rildo Hora parecem ter despertando nos intérpretes e no público presente opera o milagre de permitir que Simone fizesse boa gravação, em "Ex-Amor".
Alguns nem conseguem, como Alcione, Elba Ramalho, Zizi Possi, Ivan Lins e Ivete Sangalo.
Nestes momentos é que o disco envereda perigosamente pela vocação caça-níqueis, que paira às vezes sobre a emoção e balança a credibilidade do projeto.
Mas alguns dão verdadeiros shows: Ivone Lara, Elza Soares (ao lado de um Lobão desafinado) e Beth Carvalho, no quesito samba, e Nana Caymmi, no quesito MPB, esbanjam talento e emoção em interpretações antológicas.

Disco: Casa de Samba
Lançamento: Polygram
Preço: R$ 18, em média

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