São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Premiê da Índia diz que aceita negociações com o Paquistão

Rebeldes separatistas matam dez hindus na Caxemira

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O recém-empossado governo da Índia propôs ontem a realização de negociações de paz com Paquistão. Os dois países já travaram três guerras desde 1947 e negociaram pela última vez em 1994.
"Meu governo está pronto para trabalhar junto com o seu governo, para tratar de todas as questões de interesse mútuo", afirmou o premiê H.D. Deve Gowda em carta endereçada à primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto.
Gowda, que lidera um governo de centro-esquerda, assumiu em 1º de junho e deve conseguir um voto de confiança esta semana.
A declaração foi uma resposta a carta enviada na semana passada a ele pela primeira-ministra. "Acredito que há uma oportunidade histórica" diz o texto enviado por Gowda.
O principal problema entre Índia e Paquistão é a revolta separatista no Estado indiano de Jammu e Caxemira, de maioria muçulmana.
O governo de Nova Déli acusa o Paquistão de treinar os guerrilheiros e fornecer armas aos rebeldes, que querem a independência ou a união com o país vizinho.
A Índia explodiu uma bomba atômica em 1974, mas nega ter construído armas nucleares. Especialistas do Ocidente acreditam que os dois países poderiam desenvolver rapidamente armamento nuclear.
Separatistas mataram anteontem dez civis hindus em um ataque contra um povoado da Caxemira. Para vingar as mortes, hindus queimaram casas de muçulmanos.
Diplomatas ocidentais fizeram ontem apelo a um grupo de guerrilheiros da Caxemira para que quatro turistas ocidentais, sequestrados há 11 meses, sejam libertados.

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