São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Rock do Brasil é sucesso no local

PAULO HENRIQUE BRAGA
DO ENVIADO ESPECIAL

Se o rock argentino é praticamente desconhecido no Brasil, a recíproca não é verdadeira.
Discos de rock de grupos brasileiros são encontrados com facilidade em grandes lojas.
Os shows de grupos que fazem sucesso por aqui conseguem pelo menos algum espaço no mercado dos vizinhos de Mercosul.
Paralamas e Sepultura
Os grupos brasileiros de maior sucesso na Argentina são Paralamas do Sucesso e Sepultura.
O segundo, como consequência do impacto internacional de seu trabalho, e o primeiro, graças à estratégia de gravar discos em espanhol e a dois padrinhos locais: Charly Garcia e Fito Paez, os dois maiores nomes do pop argentino.
Garcia gravou o piano na música "Quase um Segundo", do disco "Bora Bora" (89). Paez é autor de "Trac Trac", maior sucesso do disco "Os Grãos" (91).
A união deu frutos, pelo menos para os Paralamas. O disco "Severino" (93), que vendeu 90 mil cópias no Brasil, atingiu 130 mil na Argentina.
Essa marca é ainda mais significativa considerando-se que o mercado local é pelo menos três vezes menor que o brasileiro.
Os padrinhos de Herbert, Bi e Barone não tiveram o mesmo êxito que o grupo brasileiro: poucos títulos foram lançados por aqui, e nenhum deles ultrapassou a faixa das 5.000 cópias vendidas.
Titãs e Mamonas
Os Titãs, que têm uma coletânea lançada na Argentina, também são razoavelmente conhecidos, mas por um público mais roqueiro.
Mas a maior surpresa local ocorreu com o grupo Mamonas Assassinas.
Mesmo com letras em português e carregadas de um humor aparentemente pouco compreensível para quem não nasceu no Brasil, o grupo chegou a ter a música "Robocop Gay", por exemplo, bastante executada nas principais rádios de Buenos Aires.
(PHB)

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