São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Real amplia consumidores, afirma FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem no Rio, durante abertura da Americas Telecom, feira e congresso internacional de telecomunicações, que o Plano Real ampliou e vai continuar ampliando o ingresso de pessoas no mercado de consumo.
FHC afirmou que 5 milhões de famílias ultrapassaram o nível de pobreza desde o início do plano.
Para ele, se persistir a tendência, "nós vamos ter daqui por diante, ingressando no mercado de bens duráveis e consumo, cerca de 12 milhões de famílias, que, no caso nosso, são 60 milhões de pessoas".
Prometeu "manter com muito afinco o controle da inflação e fazer o que é essencial, aumentar a distribuição da renda".
Segundo Fernando Henrique, a razão de esse número de pessoas ter saído da linha de pobreza se deve à política econômica do governo, que "conteve em si elementos de distribuição de renda".
Errata
Posteriormente, às 19h, a assessoria de imprensa da Presidência informou que os dados fornecidos por FHC estavam errados.
Assessores esclareceram que o presidente se referiu ao trabalho "Renda e Pobreza" da pesquisadora Sônia Rocha, do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), que, na realidade, fala em 5 milhões de pessoas.
A projeção de 12 milhões de novas famílias de consumidores integra estudo do BIC Banco, com dados do IBGE, Federação do Comércio de São Paulo, Fipe e Ipea.
Durante o discurso, FHC procurou apresentar um quadro otimista sobre a situação do país.
Segundo ele, todos os dados, "sem exceção", mostram que, nos últimos anos, assiste-se à retomada da confiança na estabilidade da moeda, das perspectivas do investimentos e da "possibilidade de aumentar a capacidade de compra das camadas mais pobres".
FHC criticou os que acham lento o processo de privatização e de concessões para iniciativa privada da área de telecomunicações.
Arrancou risos da platéia ao confessar desconhecimento técnico sobre telecomunicações.
"Estamos aí com todo o programa de satélites, com todo o programa de privatização da banda B, depois virá a banda A, KU, sei lá o que. Esses termos técnicos embaraçam um pobre sociólogo, que agora é obrigado a discutir com o ministro Sérgio Motta, que parece entender e, pelo que todos me dizem, entende mesmo de matérias tão complexas."

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