São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Cor-de-rosa

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi-se o vermelho. Ele passa às pressas, na bandeira do partido. Mas a cor marcante, no comercial que os petistas jogaram no ar em reação aos malufistas, é o rosa.
Erundina precisa perder a rejeição, daí a tintura nova. Daí os sorrisos de crianças, e o bordão batucado, "onde o PT governa, dá certo; onde o PT governa, dá certo".
Falta agora provar.
*
Serra começa a mostrar as garras de outros tempos. Na Bandeirantes, onde os tucanos têm acolhida, saiu ao ataque contra Maluf:
- Eu não vou debater com patrocinadores.
Vai debater, sim.
Assim, acusou o "patrocinador" de não ter uma política de manutenção das empresas na cidade, o que levou ao desemprego.
Assim, afirmou que a oferta de apoio malufista ao governo estadual para o metrô foi "pública", mas desapareceu "na hora de concretizar".
No primeiro caso, defendeu FHC. No segundo, Covas. O que não falta nesta eleição é "patrocinador".
*
A expressão mais ouvida nos últimos dias, dos tucanos, foi "demagogia".
Foi lançada por Kandir -tirada que foi de um artigo de Roberto Campos. Era a reação aos que cobram maior ação na área social.
Na mesma linha, veio o ataque ao imposto da saúde. E outros ecoaram "demagogia", em outras áreas.
Ontem FHC deu um nó no discurso:
- O governo apóia a CPMF, porque precisa de recursos.
E mais:
- É preciso deixar claro que não é só recurso. Também há muita falta de vergonha, da parte de quem utiliza mal recursos que são do povo. Eu acho que é inaceitável a exploração, sobretudo no caso dos idosos.
Quanto à "demagogia", é para os outros.

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