São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Tecnologia muda perfil das cidades

GILBERTO DIMENSTEIN
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

As principais decisões econômicas do planeta vão ser tomadas nas "cidades mundiais", onde estão instaladas as empresas multinacionais -e São Paulo é uma delas.
Essa previsão consta de relatório oficial da Habitat 2, no qual se discutem os efeitos da globalização da economia e das telecomunicações.
Urbanistas e especialistas em comunicação foram unânimes ontem, nos debates, ao afirmar que as novas tecnologias mudam o perfil das cidades.
As "cidades mundiais" são resultado da facilidade de operar negócios através das fronteiras, graças à globalização, e dos meios de comunicação, que reduziram as distâncias.
Elas são os centros das multinacionais, que decidem os investimentos no planeta e, a partir das "cidades mundiais", operam internacionalmente.
Dois tipos
As demais "cidades mundiais" estariam interligadas às três gigantes. Viriam, então, Zurique (Suíça), Paris, Amsterdã (Holanda), Los Angeles (EUA), Toronto (Canadá), Osaka (Japão), Sydney (Austrália), Madri ou Cingapura.
Na América Latina, foi citada apenas São Paulo, considerando que centraliza as decisões econômicas do Brasil, expandindo-se para toda a região. É o maior PIB (soma dos produtos e serviços realizados) da região.
Mas o documento alerta que, para garantir o status de "cidade mundial", os centros urbanos devem apresentar um sistema de telecomunicação atualizado.
Em vários encontros, foi enfatizada a idéia de que cidades integradas por modernos sistemas de comunicação, que não apresentem alta criminalidade e trânsito congestionado tendem a ser mais atrativas ao investimento.
Na busca de redução de custos, os investidores preferem cidades com mão-de-obra qualificada, mas barata; uma mão-de-obra fluente em inglês é tida como decisiva, segundo os documentos.
Os novos meios de comunicação foram apresentados como um meio de facilitar a vida nas cidades, já que as pessoas dependem menos da locomoção para trabalhar, estudar, comprar.
Essa mudança desafogaria o trânsito e tornaria a cidade mais eficiente. A tendência deve ser acelerada à medida que as pessoas tenham mais acesso à internet que, ao preço de uma ligação local, oferece a chance de se comprar qualquer produto em qualquer parte do país ou do mundo.

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