São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 1996
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Velório conjunto teve desmaio e gritaria

DA REPORTAGEM LOCAL

O velório conjunto no Ginásio de Esportes Professor José Liberatti teve momentos de histeria ontem. Cerca de 20 pessoas -a maioria, mulheres- foram atendidas em um ambulatório improvisado no próprio ginásio.
A tensão aumentou por volta das 13h30, quando os caixões começaram a ser levados para os cemitérios Bela Vista e Santo Antonio, ambos em Osasco.
No instante em que o caixão de Fernanda A. Breda de Lima ia ser fechado, cinco adolescentes começaram a gritar.
"Não deixa ela ir embora!!!", "Fernanda, fica comigo!!!", diziam. Agarradas por parentes, elas choravam muito e acabaram desmaiando.
Minutos depois a voluntária, identificada como Valéria, também desmaiou. Segundo suas colegas, ela estaria cansada e não teria dormido a noite inteira.
Presente Fernanda tinha 19 anos e tinha ido ao Osasco Plaza Shopping comprar um presente para o namorado e para preencher uma ficha para candidatar-se a um emprego de vendedora.
Ela estava com uma irmã, que ficou ferida.
O médico Paulo Sergio Sachetti, da Prefeitura de Osasco, disse que os casos atendidos eram de de nervosismo e hipertensão.
Um grupo de parentes e amigos formaram uma roda no ginásio para rezar pelas vítimas da explosão.
Políticos Passaram pelo velório coletivo ontem o candidato à prefeitura de São Paulo Francisco Rossi (PDT) e José Dirceu, presidente nacional do PT.
"Vim dar uma demonstração de solidariedade. Não há muito o que dizer. É um momento muito triste", disse Rossi, que cumprimentou vários familiares.
Rossi não conhecia as vítimas que estavam sendo veladas no ginásio.
José Dirceu também disse que foi "prestar solidariedade". "O poder Judiciário tem que ser implacável nesse caso. Isso não pode virar um segundo Caruaru (referência às mortes por hemodiálise)."

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