São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 1996 |
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Enfermeira sonha com sangue
JOÃO BATISTA NATALI
Mas anteontem, depois de participar dos primeiros socorros às vítimas do Osasco Plaza, ela diz ter ficado tão abatida que, à noite, já em casa, as cenas de sangue e os gemidos encheram seus pesadelos. Até por ofício, Jade (como prefere ser chamada) se diz calejada ao presenciar o sofrimento físico alheio. Pernambucana, há cinco anos em São Paulo, ela revela que se lembrou de outro grande sinistro em que recepcionou feridos e muita gente morta. Foi em Salvador, onde trabalhava no fim dos anos 80. Um caminhão carregado de romeiros despencou de um viaduto e matou quase todos os passageiros. Em Osasco, no Hospital Montreal, onde é funcionária, o que mais a comoveu foi a primeira paciente que deu entrada, a adolescente Ana Paula de Oliveira. "Ela estava com fratura exposta na perna, foi direto para o centro cirúrgico e depois, removida para a UTI. Lá pelas tantas, um parente dela chegou e eu informei que Ana Paula estava viva. Ele chorou de alegria", conta ela. Em outro hospital das imediações, o médico Wilson Brasil, 48, também testemunhou histórias que poderá contar por muitos anos, como a primeira criança morta que retirou de uma maca, 25 minutos depois da explosão. (JBN) Texto Anterior: Voluntário evitou colapso em hospitais Próximo Texto: Contru aprova shoppings de SP Índice |
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