São Paulo, quinta-feira, 13 de junho de 1996
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Rússia quer parceria para lançar satélite

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O vice-ministro das Telecomunicações da Rússia, Yuri Tolmachev, defendeu ontem um acordo de cooperação com o Brasil para lançamento de satélites. A proposta, diz ele, foi apresentada ao ministro Sérgio Motta (Comunicações).
Os russos querem disputar o mercado internacional de satélites comerciais usando o lançador Proton, desenvolvido durante a Guerra Fria (a partir do fim da Segunda Guerra Mundial).
Ontem, a missão russa -com representantes de 15 empresas e do governo- dominou as atenções do Americas Telecom, ao oferecer uma recepção, com muita vodca e caviar, em pleno meio-dia.
O objetivo foi exibir os produtos e a tecnologia de telecomunicações disponíveis naquele país.
O principal produto mostrado pelos russos foi um sistema de segurança desenvolvido para uso militar.
O sistema serve para garantir o sigilo de suas comunicações por fax, transmissão de dados de computar e as ligações telefônicas.
O mercado alvo dos russos para a venda dos aparelhos são as seguradoras e as instituições financeiras em geral.
É a primeira vez que os russos participam do Americas Telecom. Além de vender produtos, eles pretendem atrair investimentos para seu país.
Cartão de crédito
A Telebrás está aproveitando o Americas Telecom para testar o telefone público a cartão de crédito desenvolvido pela estatal.
A Telerj (Telecomunicações do Rio de Janeiro) instalou 110 aparelhos no pavilhão do Riocentro, que foram preparados para receber os cartões Mastercard, American Express e Visa.
Segundo a Telebrás, ainda não há previsão de quando os equipamentos serão incorporados à rede de telefones públicos.
Venezuela
O presidente da Impsat da Venezuela, Robert Perera, defendeu a unificação dos regulamentos sobre telecomunicação nas Américas. Segundo ele, isso atrairia investimentos para a região.
Perera considera que a diversidade dos regulamentos entre os países torna "muito difícil" para as empresas estabelecer uma estratégia de ação.
Abertura
O ministro-adjunto das Telecomunicações da Comunidade Européia, Eugenio Triana Garcia, elogiou o processo de abertura do mercado brasileiro de telecomunicações.
Segundo Garcia, a partir de 1º de janeiro de 1998 os mercados de telecomunicações da Europa serão totalmente liberalizados, permitindo a livre competição.
O compromisso de liberalização, disse ele, não significa que todas as companhias estatais de telecomunicações européias serão privatizadas no período. "A privatização das empresas será uma decisão individual e soberana de cada país."
O ministro-adjunto disse que a Comunidade Européia deverá aprovar a implantação dos sistemas globais de comunicação via satélite, mas vai defender uma implantação harmoniosa desses sistemas.
Embora já existam vários consórcios formados para oferecer sistemas globais de comunicação -como o Iridium, Inmarsat, Globalstar e Odissey-, Triana Garcia afirmou que eles deverão representar apenas 10% do mercado.

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