São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Clínica pode fechar hoje
DANIELA FALCÃO
Com a intervenção, os dois proprietários da clínica -Mansur José Mansur e Eduardo Espínola- serão afastados da administração. O ministro participou ontem de debate na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal sobre as irregularidades achadas na clínica. Após ouvir relato da comissão externa de deputados que inspecionou a clínica, Jatene determinou auditoria nas dez outras clínicas de propriedade de Mansur e Espínola. Jatene também decidiu ampliar de 16 para 36 o número de clínicas FTP (fora de possibilidade terapêutica) que serão investigadas por auditores do Ministério da Saúde no Rio. O Estado tem 42 clínicas especializadas em atendimento de idosos e recebe 56% da verba do SUS (Sistema Único de Saúde) para a categoria FTP. Homicídio culposo Relatório feito pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio e entregue ontem ao ministro Jatene e ao Ministério Público concluiu que 13 dos 264 pacientes internados na clínica eram pacientes em estado terminal. Segundo o relatório, pelo menos 132 pacientes (51%) precisavam apenas de acompanhamento fisioterápico, não necessariamente em regime de internamento, e 22% de terapia psicológica ambulatorial. Segundo o relatório, 58 pacientes não tinham motivo algum para estar internados. Como a maioria dos pacientes não estava em estado terminal, o relatório propõe que os donos da clínica sejam responsabilizados pelas 98 mortes ocorridas desde abril. Segundo Rosângela Belo, subsecretária de Planejamento do Rio, os proprietários da clínica deverão ser acusados de homicídio culposo. O relatório diz ainda que a maioria das mortes foi causada por descuido ou falta de condições sanitárias. "Diarréia só mata quando não há assistência médica", disse Rosângela. Texto Anterior: Pacientes se revoltam com transferência Próximo Texto: Paciente foge e tenta se matar Índice |
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