São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Cuba confirma chegada de sequestradores
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O governo de Cuba confirmou que os sequestradores do arquiteto colombiano Juan Carlos Gaviria estão no país. O sequestro acabou anteontem, após 71 dias.O sequestro foi assumido pelo grupo político Dignidade para a Colômbia, desconhecido até então. Juan Carlos é irmão do ex-presidente colombiano César Gaviria, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). O governo comunista de Cuba não disse quantas pessoas chegaram ao país, quando elas chegaram ou qual a sua situação legal. Elas são provavelmente oito. Foi a intervenção de Fidel Castro, segundo ele a pedido da família, que encerrou o sequestro. Até então, o Dignidade para a Colômbia parecia ser um grupo de direita. O episódio da libertação deixou dúvidas sobre a entidade. Aparentemente, ela é uma dissidência do Exército de Libertação Nacional, de esquerda, comandada a partir da prisão por Hugo Toro Restrepo, o "comandante Bochica". A Colômbia disse ontem que Restrepo continua preso. Mas um porta-voz do Dignidade para a Colômbia telefonou a uma rádio de Bogotá para dizer que seu grupo não tem nenhuma relação com "Bochica", e que este teria se apropriado do nome. Esse porta-voz disse que nenhum dos comandantes do grupo foi a Cuba. Anteontem, a polícia colombiana chegou a dizer que prendera os sequestradores. Ontem, o general Rosso Serrano Cadena, comandante da polícia do país, disse que concordou com a viagem dos supostos sequestradores porque ainda não havia ação legal contra eles. Gaviria, 38, foi mantido durante o sequestro em uma casa na zona rural da cidade de Pereira, onde ele nasceu. Libertado, ele foi internado com problemas nas pernas. A participação de Cuba aconteceu apenas uma semana depois de a OEA, comandada por César Gaviria, emitir um parecer condenando os EUA por sua decisão de punir empresas que investem em Cuba, suspensa da OEA em 1962. O deputado republicano (oposição) norte-americano Lincoln Díaz Balart pediu ao Congresso que interrogue César Gaviria. Díaz Balart, um dos parlamentares mais ativos na oposição a Fidel Castro, quer saber qual foi a participação da OEA na negociação. Texto Anterior: Absolvição não encerra crise Próximo Texto: 34ª igreja de negros é incendiada nos EUA; Caso Rodney King terá novas audiências; Desocupado confessa crime do Central Park Índice |
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