São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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Área social sem coordenador

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Em março começou uma história de que o governo FHC estava à caça de um coordenador para a área social. O assunto evoluiu e teve até quem falasse em superministro da área social.
A avaliação geral do governo era que havia fragmentação nas ações sociais. Os ministros, separadamente, implantavam programas que muitas vezes se sobrepunham.
Pior de tudo, para FHC e seus ministros, o governo não conseguia divulgar com eficiência os fatos positivos. Para o presidente da República, é completamente falsa a idéia de inoperância. Seria tudo falta de coordenação.
Só que, aos poucos, o debate sobre um coordenador para a área social foi morrendo. E morreu, finalmente, numa reunião da Câmara de Política Social, anteontem no fim do dia.
Nenhum dos ministros presentes levantou o assunto formalmente. Nada disso. Simplesmente não houve discussão a respeito. É um daqueles casos comuns no governo, de enterro de um cargo que nunca existiu.
Estavam cotados para ocupar a função de coordenadores da área social, entre outros, Vilmar Faria, assessor especial de FHC, e Andrea Calabi, secretário-executivo do Ministério do Planejamento.
A Câmara de Política Social é coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho. Foi e continuará sendo a instância regular para se discutir a área social.
Na reunião de terça-feira, concluiu-se que haverá uma assiduidade maior de encontros. A esperança é fazer um por mês, pelo menos.
Essa frequência maior de reuniões seria suficiente, na opinião dos presentes, para viabilizar uma sinergia entre os ministérios que atuam na área social.
O governo FHC é curioso. As crises surgem e desaparecem apenas com a realização de reuniões.
Até que surja outra crise.

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